NPC organiza encontros sobre Conferência Nacional de Comunicação
No dia 27 de maio foi realizado o primeiro de uma série de quatro encontros para debater a Conferência Nacional de Comunicação. As atividades estão sendo organizadas pelo Núcleo Piratininga de Comunicação, no Sindicato dos Engenheiros (Senge). No primeiro debate participaram os jornalistas Álvaro Britto, do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio, Rafael Duarte, do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) e a psicóloga Noeli Godoy, do Conselho Regional de Psicologia.
Os participantes acreditam que a Conferência tem o grande papel de conscientizar sobre a importância dos meios de comunicação e fortalecer as mídias contra-hegemônicas. Leia a cobertura completa em nossa página.
NPC na revista Caros Amigos de junho
A edição da Caros Amigos deste mês de junho traz uma matéria sobre o NPC, com destaque para o Curso de Comunicação Comunitária ministrado desde julho de 2008, em Arraial do Cabo (RJ). Além do jornal O Cabistão, outras formas de comunicação surgiram a partir das aulas, como a produção de vídeos pelos próprios alunos e a formação de uma rádio comunitária na cidade, ainda em andamento.
A revista apresenta ainda outras boas matérias, como as entrevistas com o ator Wagner Moura e com o dirigente do MST no Pará, Charles Trocate. Destaque também para as três reportagens sobre as péssimas condições de vida das mulheres na sociedade brasileira. São apresentados temas como o tráfico de mulheres, a violência doméstica, e métodos de exploração empregados por empresas contratadas para serviços de call center e telemarketing, em que trabalham mulheres em sua maioria.
"História das Lutas dos Trabalhadores no Brasil": 3ª edição revista e ampliada
Qual é a história contada nos livros didáticos, nas revistas, enciclopédias e documentários históricos? Onde estão as lutas, a garra, as conquistas e as derrotas da classe operária do Brasil? Por que será que não aparecem? Por que falar apenas em presidentes, ministros, generais, reis e grandes empresários, e não nos trabalhadores? Foi pensando em preencher essa lacuna que Vito Giannotti escreveu História das lutas dos trabalhadores no Brasil.
Segundo o autor, o livro nasceu da necessidade de os trabalhadores terem à mão uma síntese da sua história. Por isso, apresenta um quadro geral com os problemas, as soluções e as lições desta bela história de mais de um século.
O livro foi construído a partir de muita pesquisa, muita leitura e também muita colaboração. A cada curso ministrado por Vito sobre a história das lutas dos trabalhadores, ele recolhia mais informações e enriquecia seu material com novos detalhes e casos interessantes contados por cada participante.
Nesta terceira edição, foram acrescentadas várias informações importantes que faltavam. “Entraram sugestões vindas de amigos e companheiros de vários Estados do país: lutas, greves, batalhas que passaram despercebidas nesta longa guerra de classe. Por isso, o livro teve acrescidas algumas páginas. Muita coisa ainda está faltando. Na quarta edição teremos mais ainda”, afirma Vito Giannotti.
Debates sobre imprensa sindical animam último painel do Encontro de Comunicação
Na foto, as jornalistas e o jornalista dos sindicatos de servidores da Justiça Federal e da Fenajufe, no fim do debate sobre Imprensa Sindical, em Manaus.
[Por Leonor Costa – Fenajufe] Um tema que sempre agita os jornalistas e os dirigentes sindicais nos encontros da Fenajufe é o que trata da comunicação produzida hoje pela Federação e seus sindicatos filiados. Este foi o assunto do último painel do 5º Encontro Nacional de Comunicação, realizado nesta quinta-feira [04], em Manaus.
Com o tema Comunicação pública e imprensa sindical, os jornalistas Caio Teixeira [diretor do programa Justiça em Movimento e apresentador do programa Justiça do Trabalho na TV, produzidos pela Assessoria de Comunicação do TRT/SC], Beto Almeida [da TV Senado e âncora dos programas Cidadania, Espaço Cultural e Memória Brasileira] e Cláudia Santiago [coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação] falaram da importância da comunicação pública e sindical para a luta dos trabalhadores. Leia a cobertura completa em nossa página.
“Não existe poder sem comunicação”, diz Vito Giannotti
[Por Elizângela Araújo - ANDES-SN] Escritor abre seminário nacional do ANDES-SN afirmando que a comunicação é a centralidade da luta dos trabalhadores. Leia a cobertura completa em nossa página.
Comunicação: questão estratégica para nossas lutas
[Por Danielle Moraes-Contee] A importância da democratização da mídia no enfrentamento da luta contra-hegemônica no Brasil foi um dos principais destaques dos debates realizados no Seminário de Comunicação da CONTEE, que aconteceu em São Paulo/SP, nos últimos dias 28 e 29 de maio. As múltiplas oportunidades proporcionados pelos impactos do avanço da novas tecnologias e dos meios digitais também mereceram atenção especial dos participantes da atividade, que vieram de diferentes regiões do Brasil.
O Cidadão: jornal escrito pelos e para os moradores do Complexo da Maré, no Rio
Gizele Martins
O jornal O Cidadão foi criado há dez anos pelos moradores do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. De lá para cá, já foram lançados 58 exemplares do jornal, que circula em 16 comunidades. Participam da produção do veículo cerca de dez pessoas, que ocupam cargoscomo de editor, repórter, coordenador e diagramador. Hoje trabalham no jornal alguns voluntários, que participam com o envio de matérias, sugestões de pauta, de fotos etc.
“A principal importância é veicular aquilo que para a grande mídia não interessa. Em O Cidadão, o objetivo é falar tudo aquilo que o morador de favela sofre, vive. Valorizamos cada assunto, cada pessoa”, declara Gizele Martins, editora do jornal.
Para ela, a chamada “grande mídia” se comporta, na maioria das vezes, de forma preconceituosa. “Percebemos isso nos casos de violência. Parece que é apenas isso que interessa. Agora a nossa cultura, a nossa gente, o nosso dia-a-dia, isso não é mostrado, não é valorizado. Nada disso é explorado, como eles fazem nos casos de violência”, disse Gizele.
No dia 02 de junho, na sede do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, foi fundada, oficialmente, a Associação das Entidades Usuárias de Canal Comunitário em Aracaju. A capital sergipana terá a sua TV Comunitária, na NET, Canal 19. Na assembléia de fundação da Associação, estavam presentes representantes de duas centrais sindicais (CUT e CTB) e de mais 20 entidades da sociedade civil organizada e do campo sindical.
Para o Sindijor-SE "a comunidade, enfim, terá o seu canal de TV, com todo o espaço necessário para as suas manifestações e onde poderá ver nele a sua verdadeira identidade, com todas as suas cores, credos e bandeiras, sem as distorções, aberrações e criminalização recorrentes nos atuais canais de TV locais."
Trabalhadores produzem filmes para divulgar suas mobilizações
1 – Greve dos trabalhadores da GM, de São José dos Campos (SP)
O vídeo Trabalhadores da GM no caminho das lutas mostra como a mobilização dos trabalhadores da General Motors, de São José, derrotou a tentativa da montadora de impor o Banco de Horas e a redução da grade salarial, em 2008. O DVD foi produzido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, filiado à Conlutas.
Foram mais de seis meses de ataques da empresa, de setores empresariais e de políticos da cidade contra a postura do Sindicato, que não aceitou a redução de direitos trabalhistas. Depois de muita mobilização, assembleias, paralisações, protestos, atos nacionais e até distribuição de 10 mil DVDs, os metalúrgicos conseguiram deter o ataque da GM.
2 – Greve dos petroleiros da REDUC, de Caxias (RJ)
O filme mostra a greve nacional dos petroleiros contra os cortes de direitos e a precarização na Petrobrás. O passo inicial para a paralisação foi no dia 02 de março deste ano, quando na Refinaria de Paulina, REPLAN, os trabalhadores diminuíram a produção e impediram a entrada do gás nitrogênio. A greve durou até dia 8 de março e foi organizada pela FUP, filiada à CUT.
Na madrugada do dia 23, a partir de 00:01, os sindicalistas do Sindipetro-Caxias (RJ) chamam para a greve os trabalhadores do Grupo A da REDUC, que descem dos ônibus e se juntam ao piquete em frente ao portão da empresa. A greve em Caxias foi um sucesso. No dia 28, a Diretoria da Petrobrás aceitou o acordo. Agora os benefícios são para todos os empregados do Sistema Petrobrás, incluindo REFAP, TBG e Petroquisa; o valor da PLR foi fixado em 4,5% do lucro do Sistema; serão revistas as condições de trabalho e segurança; e pagamento em dobro dos feriados trabalhados.
Mídia de direita louva o filme Simonal e encobre que ele foi colaborador íntimo da repressão
[Por Vito Giannotti] Na ocasião do lançamento do filme Simonal – Ninguém sabe o duro que dei, há uma orquestração de toda a mídia empresarial/ comercial de louvação à figura do cantor. Vale a pena acompanhar a futrica. O que você não vai ler nunca na chamada "Grande imprensa", ou seja, a mesma mídia que preparou e apoiou o Golpe e a Ditadura de 64, é o que saiu na própria Folha de S.Paulo em 30 de março de 2008, onde o jornal afirma e mostra depoimentos que provam que Simonal foi um dos colaboradores da Ditadura. Milagrosamente esta informação preciosa sumiu do mapa. A "grande mídia" a perdeu de vista.
Veja em nossa página o que publicou em 30 de março de 2008 aFolha de S.Paulo, aquela que, meses atrás, veio com a historinha de ditabranda.
A tragédia da
Air France e o vazio da mídia comercial/empresarial
[Por Vito Giannotti]
Que o
sumiço do avião do famoso voo A477 foi uma tragédia, não há dúvidas. Mas que
este fez a festa da TV Globo e de
todas as outras redes comerciais, do jornal O Globo, da Folha de S.Paulo, da Veja, Isto é, Época e de toda a mídia
empresarial, fez. Fez a festa ao fornecer matéria fácil de se obter e de
oferecer a um público acostumado a assistir tragédias, mortes, acidentes,
assassinatos, sangue e corpos esquartejados. É a festa de toneladas de
radialistas e apresentadores de programas policiais em qualquer canal de TV
comercial. A Air France deu uma bela mão a esse tipo de notícias-lixo que
diariamente, durante longas horas, é oferecida aos ouvintes ou telespectadores.
A pergunta é muito simples:
a tragédia do voo A447 merecia todo este carnaval? E mais: a que lógica obedece
este tratamento dado à notícia do acidente do avião da Air France?
Só a título de comparação:
todas as “grandes” revistas semanais divulgaram o acidente em sua capa. Não vale
a pena repetir as manchetes de todas elas, basta ver a exposição destas nas
bancas. Enquanto isso, a Carta
Capital traz a manchete e uma foto relacionada: “A ofensiva ruralista”.
Trata de um assunto que pode mudar para muito pior a história do País. Um
assunto de alcance mundial, planetário.
E o voo do avião que caiu
lá perto de Fernando de Noronha? Na página 28, na seção Semana, o assunto ocupa
55 linhazinhas. Houve tragédias tão ou mais trágicas que aquele voo, nestes
dias. Mas nenhuma delas, para a mídia empresarial, serviria tão bem para a alienação necessária para manter seu
projeto de dominação hegemônica. [Comente este texto em nosso blog: http://blog.piratininga.org.br]
Mídia comercial
ataca blog da Petrobras
Nessa
semana surgiu uma polêmica com a criação do Blog Fatos e Dados pela
Petrobras. A empresa lançou, no início do mês de junho, o veículo para
apresentar “fatos e dados recentes da Petrobras, e o posicionamento da empresa
sobre as questões relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)” –
conforme esclarece o próprio blog.
A
ofensiva da mídia comercial teve início quando a Petrobras começou a usar o
blog para tornar públicas, “de forma completa e sem edição
dos dados”, as respostas da Companhia às perguntas enviadas pelos
jornais – como O Globo, Folha de S.Paulo etc. Dentre as
acusações da maioria dos veículos, a página estaria sendo usada para “desestimular
as apurações”, ou então “tentar intimidar os jornalistas”. Acontece que o blog
foi criado em momento de instalação da CPI da Petrobras. Conversamos com alguns
sindicalistas e com o jornalista Beto Almeida, da Telesul, sobre a criação do
blog, e a CPI. Confira em nossa página.
O lançamento de A batalha da mídia, novo livro do professor Dênis de Moraes, será no dia 18 de junho, quinta-feira, a partir das 19h, na Livraria do Unibanco Arteplex, Praia de Botafogo, 316, Rio de Janeiro. A obra reúne ensaios que discutem o papel central da comunicação na luta pela hegemonia política e cultural na sociedade contemporânea.
Além de analisar a influência da mídia na propagação dos valores do mercado e do consumismo, o autor analisa experiências que se propõem a democratizar os processos comunicacionais, seja através de políticas públicas inovadoras ou de formas colaborativas e participativas de difusão na Internet.
Dênis revela como a ação do Estado, em vários países da América Latina, tem sido reorientada para tentar reverter uma das piores heranças do neoliberalismo: a concentração dos setores de informação e entretenimento nas mãos de um reduzido número de corporações nacionais e transnacionais. Conforme aponta o autor, as novas políticas de comunicação de governos progressistas da região buscam viabilizar as legislações que proíbem o monopólio, apoiar meios alternativos e comunitários e estimular a produção audiovisual independente.
Entre os países analisados estão Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Nicarágua.
Frei Betto lança Diário de Fernando – Nos cárceres da ditadura militar brasileira
Frei Betto lança neste mês de junho o diário de prisão do frade dominicano Fernando de Brito. Ele foi prisioneiro da ditadura militar brasileira entre 1969 e 1973, período em que foi submetido a torturas e removido para diferentes cadeias. Frei Betto, companheiro de cárcere de Fernando, resgatou as anotações microscópicas feitas em papel de seda, e transmitidas para fora da prisão enroladas dentro de uma caneta.
Diário de Fernando é um testemunho vivo e comovente de uma vítima dos anos de chumbo do Brasil. Relata as torturas, os desaparecimentos, o sequestro de diplomatas, as guerrilhas urbana e rural, a greve de fome de quase 40 dias, e outros fatos históricos.
CNBB vai desenvolver ações de combate ao tráfico de pessoas
[Por Adital] O tráfico de seres humanos será tema de estudo da próxima reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada de 17 a 19 de junho, em Brasília. Os conselheiros vão avaliar um documento que contém os resultados de um encontro sobre o tema, realizado em 2008, e propor ações que poderão ser desenvolvidas pela Igreja Católica em todo o Brasil.
Tocantinenses são resgatados de fazenda de pecuária no Pará
[Por Bianca Pyl] Vítimas foram encontradas Bom Jesus do Tocantins (PA). Eles viviam em barracos de lona e palha, em terra batida. A comida ficava em tábuas no chão e a água (turva e com forte odor) que bebiam vinha de cacimba improvisada.
O Reino do Outro Mundo – Orixás está voltando à cena carioca. A reestréia acontecerá no dia 11 de Junho e o espetáculo acontecerá de quinta a domingo, sempre às 20 h. O espetáculo da Companhia Rubens Barbot Teatro de Dança é uma leitura contemporânea da dança dos orixás que ganhou músicas de acordo com suas personalidades que vão de Beatles à música eletrônica. Na primeira temporada o espetáculo inovou ao levar o bailado dos orixás para uma igreja anglicana. Agora, ele estará de volta numa mata em Santa Teresa e mais uma vez promete emocionar o público. Informações: (21) 2220-5458. Carlos Maia, aluno do NPC, é um dos atores do espetáculo.
Moradores revelam os riscos de vida na linha férrea da Vale, em Carajás
Moradores que residem nos povoados próximo à estrada de ferro dos Carajás, estão revoltados com os problemas de tráfego. Já faz três anos que a Vale prometeu a construção de passarelas nas proximidades dos Povoados, para diminuir os problemas de tráfego nas localidades. Mas, a construção que é bom.... Segundo os populares, nenhuma obra nesse sentido foi realizada e a única saída será mover uma ação judicial, pois essa será a única solução para que a empresa possa construir a passarela. “A vale vive ‘pregando’ sobre a questão da segurança nos trilhos, mas esquece que sem as passarelas para o trafego de pessoas, muitos moradores correm o risco de vida”, explicou a domestica Maria José. [Enviada por Fórum Carajás]
No filme Paris 36, os trabalhadores sobem ao palco como protagonistas na França da Frente Popular, em 1936
O filme Paris 36, de Christophe Barratier, entra em cartaz no Brasil na próxima semana. Ele mostra a esperança e as lutas de trabalhadores do subúrbio da capital francesa por melhores condições de vida e emprego. O filme aborda as mudanças ocorridas na França em 1936.
A vitória da Frente Popular de Léon Blum, político socialista, faz nascer as esperanças nos trabalhadores de todo o país. Blum, eleito primeiro ministro em 1936, foi responsável pela jornada de trabalho de 40 horas semanais, pela nacionalização do Banco da França e por várias reformas sociais.
Esse acontecimento é o pano de fundo de uma bela história que envolve greves e lutas por melhores condições; a magia do teatro; e o amor incondicional de Pigoil pelo filho Jojo. Pigoil trabalha no teatro Chansonia, localizado no subúrbio de Faubourg, norte de Paris. A casa de shows está com dívidas às vésperas do término de 1935. Enquanto os belos espetáculos se desenvolvem no palco, por trás das cortinas os artistas discutem a necessidade da greve e as condições precárias de trabalho.
No ano seguinte, em 1936, o teatro é fechado. Ao mesmo tempo, as rádios anunciam a vitória da Frente Popular como símbolo de esperança e reformas sociais para os trabalhadores.
Filme do argentino/brasileiro Carlos Pronzato mostra a luta por memória das Mães da Praça de Maio, da Argentina
Um documentário sobre as Mães da Praça de Maio, da Argentina, será lançado nesta sexta-feira, 12 de junho, às 20h, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Rua General Labatut, 27, Barris). O filme, dirigido por Carlos Pronzato, mostra a praça na Argentina onde ocorrem, há mais de trinta anos, as passeatas de mães que buscam justiça pelo sumiço de seus filhos. Elas desfilam com seus lenços brancos, redesenhando uma história que não pode ser esquecida.
Em 30 de abril de 1977, 14 mulheres tornaram pública a "desaparição forçada" dos seus filhos através das ações genocidas do terrorismo da ditadura argentina (1976-1983). Dentre as ações do Estado estavam o seqüestro, a detenção em locais clandestinos, a tortura, a apropriação de menores, e a desaparição seguida de morte.
O documentário Mães da Praça de Maio – memória, verdade e justiça resgata o testemunho dessas mães que, 32 anos depois, continuam marchando em frente à Casa Rosada pelos 30.000 desaparecidos. O filme inclui depoimento de Adolfo Pérez Esquivel, Premio Nobel da Paz de 1980.
Artigo da FSP mostra situação precária dos cortadores de cana no interior de São Paulo
Confira alguns trechos do texto publicado pela Folha em 25/08/2008:
“A riqueza do setor sucroalcooleiro, que movimentará neste ano R$ 40 bilhões, não atingiu os lavradores. Em 1985, um cortador em São Paulo ganhava em média R$ 32,70 por dia (valor atualizado). Em 2007, recebeu R$ 28,90. A remuneração caiu, mas as exigências no trabalho aumentaram. Em 1985, o trabalhador cortava 5 toneladas diárias de cana. Na safra atual, 9,3.”
“Exige alto esforço físico uma atividade em que é preciso dar 3.792 golpes com o facão e fazer 3.994 flexões de coluna para colher 11,5 toneladas no dia. Nos últimos anos, mortes de canavieiros foram associadas ao excesso de trabalho”.
“Assim como os escravos sumiram de certa historiografia, os cortadores são uma espécie invisível nas publicações do setor. Exibem-se usinas high-tech, mas oculta-se a mão-de-obra da roça”.
Gentes estranhas com seus olhos cheios doutros mundos quiseram cantar teus encantos para elas só de mistérios profundos, de delírios e feitiçarias... Teus encantos profundos de África. Mas não puderam. Em seus formais e rendilhados cantos, ausentes de emoção e sinceridade, quedas-te longínqua, inatingível, virgem de contactos mais fundos.
E te mascararam de esfinge de ébano, amante sensual, jarra etrusca, exotismo tropical, demência, atracção, crueldade, animalidade, magia... e não sabemos quantas outras palavras vistosas e vazias.
Em seus formais cantos rendilhados foste tudo, negra... menos tu. E ainda bem.
Ainda bem que nos deixaram a nós, do mesmo sangue, mesmos nervos, carne, alma, sofrimento, a glória única e sentida de te cantar com emoção verdadeira e radical, a glória comovida de te cantar, toda amassada, moldada, vazada nesta sílaba imensa e luminosa: MÃE
Neste poema, lançado na revista cultural moçambicana Msaho, Noémia de Sousa fala sobre a predominância dos discursos produzidos por “gentes estranhas” que lançaram “seus olhos cheios doutros mundos” sobre o continente africano. A repetição da imagem de um continente repleto “de mistérios profundos/ de delírios e feitiçarias” serviu para reproduzir preconceitos sobre a cultura e tradições daquele povo. Os movimentos de resistência se fortaleceram quando os próprios africanos passaram a tomar a palavra, a cantar sua terra e a questionar a violência colonial. Após anos de guerras de libertação, em 25 de junho de 1975 foi comemorada a independência do país.
Uma pesquisa da jornalista Denise Assis mostra como o cinema, por meio dos curta-metragens, serviu para criar e fortalecer o Golpe Civil-militar de 1964. Em seu livro Propaganda e cinema a serviço do golpe (1962/1964), Denise mostra a articulação entre empresariado, instituições e mídia, principalmente o cinema, para enfraquecer o governo reformista de João Goulart, criminalizar os militantes de esquerda e defender o golpe.
Como ela retoma, no dia 29 de novembro de 1961 foi lançado oficialmente o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES). A organização foi apenas mais uma das muitas instituições criadas para utilizar técnicas de comunicação com o objetivo de pavimentar um golpe de direita no Brasil. O IPES, assim como as demais, aproximou o bloco conservador do país aos profissionais da mídia, principalmente da televisão. Também lançou e divulgou livros considerados oportunos, como Continuísmo e comunismo, de Glycon de Paiva; Como os vermelhos preparam uma arruaça, de Eugene H. Metherin; e As defesas da democracia, de Gustavo Corção.
Além dos livros, o instituto também investiu em cinema. Foram filmes e mais filmes que defendiam o engajamento do empresariado e criticavam os comunistas - os quais, aliados aos movimentos sociais, supostamente prejudicavam os investimentos no país, impedindo a "evolução da nação".
Alguns dos títulos produzidos para o Ipes foram: - O Brasil precisa de você/ - Nordeste, problema Nº 1/ - História de um maquinista/ - A vida marítima/ - Depende de mim/ - A boa empresa/ - Uma economia estrangulada/ - O Ipes é o seguinte/ - Portos paralíticos/ - Criando homens livres/- Deixem o estudante estudar/ - Que é a democracia?/ - Conceito de empresa
Por: Eric Hobsbawn // Carlos Walter Porto // Eduardo Galeano
“Mesmo se nossos ideais atualmente são apenas utopias, é essencial que homens e mulheres lutem porelas”. Por Eric Hobsbawn, em entrevista exclusiva ao Repórter da Terra, do MST
“O Brasil é um país governado pelo latifúndio. É o poder invisível deste latifúndio que mantém a estrutura desigual da sociedade brasileira”
Por Carlos Walter Porto, professor da UFF, em entrevista à CPT
“Se o mundo sobreviver, os professores de história explicarão o século XX através de seus símbolos: mostrarão a seus alunos a garrafa de Coca Cola, a bola de futebol, o televisor, o computador, a bomba de nêutron. E para explicar a dignidade, mostrarão o lenço branco das rondas da Plaza de Mayo. PorEduardo Galeano, escritor uruguaio.
Jornalismo e Ditadura Militar são temas do livro João do Rio, 45
[Por Sheila Jacob] O livro João do Rio, 45, de Mouzar Benedito, aborda os anos da Ditadura Militar no Brasil. O foco é o dia-a-dia de uma casa no bairro Vila Madalena, de São Paulo, onde mora um grupo de jovens e a tia Hilda, parente de um deles, personagem que sempre esquece as chaves de casa e protagoniza uma série de cenas engraçadas. O grupo é composto em sua maioria por jornalistas.
As histórias vão sendo narradas pela própria casa, situada na rua João do Rio, 45 a que o título do livro faz referência. Além das festas, neste endereço são organizadas também muitas reuniões e discussões políticas, assim como no Bar da Terra, local que servia como ponto de encontro entre jornalistas, militantes de esquerda e simpatizantes.
Valadares, repórter do jornal de esquerda Em Tempo, é um dos personagens centrais da história. Ele escolheu a profissão de jornalismo para lutar contra a Ditadura Militar. Faz matérias com os prisioneiros políticos do Rio e São Paulo, e acompanha e participa da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT).
‘O Brasil é um país governado pelo latifúndio’, afirma Carlos Walter Porto [Por Comissão Pastoral da Terra] Estudioso da questão agrária no Brasil e colaborador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em especial nos Cadernos de Conflitos no Campo, Carlos Walter Porto Gonçalves nos fala sobre a concentração de terras no país, comenta o aumento assustador da violência no meio rural e aponta perspectivas para os/as trabalhadores/as e comunidades tradicionais. Para ele, é o poder invisível do latifúndio que mantém a estrutura desigual da sociedade brasileira. Confira a entrevista.
Eric Hobsbawn: “Se a humanidade não mudar sua convivência mútua e com o planeta, o futuro nos preserva maus agouros” [Por Revista Sem Terra] Nesta entrevista exclusiva, concedida por e-mail de Paris, o historiador Eric Hobsbawmapresenta ao leitor sua avaliação das origens, efeitos e desdobramentos da crise mundial. De certezas, apenas a de que, se a humanidade não mudar os rumos da sua convivência mútua e com o planeta, o futuro nos preserva maus agouros. Cético e ao mesmo tempo esperançoso, ele não acredita que uma nova ordem mundial surgirá das cinzas do pós-crise. Mas acha que ainda existem forças capazes de propor novas formas de organização e cultura políticas e sociais, como o MST. Confira a entrevista.
A circulação de jornais e as mudanças na mídia [Por Luis Nassif] Um estudo amplo sobre os dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) – que audita a tiragem de jornais e revistas – e do IBOPE – para TV e rádio – comprova que a última década foi de mudanças estruturais. Essas modificações reduziram sensivelmente o papel e a influência da chamada grande mídia – categoria onde entram a Rede Globo, os jornais Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, O Globo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense. E um sensível aumento de competidores, da imprensa do interior e dos jornais populares. Leia o artigo completo.
Coordenador: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915)
Redação: Claudia Santiago, Raquel Junia e Sheila Jacob
Web: Luisa Santiago
Colaboraram nesta edição: Daniele Moraes (SP), Elizângela Araújo (DF), Gizele Martins (RJ), Katarine Flor (RJ), Leonor Costa (DF), Najla Passos (DF) e Rogério Almeida (PA).
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Pérolas da edição
Por: Eric Hobsbawn // Carlos Walter Porto // Eduardo Galeano
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