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Stedile cobra do governo plano para os 160 mil sem-terra acampados no país
Publicado em 28.12.11 - Por Marcel Gomes, na Carta Maior
Ao
fazer seu balanço de 2011 e prognósticos para 2012, João Pedro Stedile,
um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
disse que o ano que termina “não foi positivo para a luta pela reforma
agrária” e cobrou do governo federal uma solução para as cerca de 160
mil famílias sem-terra acampadas pelo país.
“Nós passamos o ano
inteiro discutindo praticamente com todos os ministérios, mas a lentidão
e a forma como o Estado brasileiro funciona impediram que tivéssemos
sequer um plano de reforma agrária”, criticou ele, em pronunciamento
gravado em vídeo e divulgado na página no movimento na internet.
Apesar
disso, o dirigente do MST ressaltou a importância de políticas públicas
“alavancadas” ao longo de 2011, como o Programa Nacional de Educação na
Reforma Agrária (Pronera), do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra), o programa de incentivo à agroindústria em
assentamentos, e a renegociação de dívidas de pequenos produtores com o
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Sobre
2012, Stedile diz que o ano é “enigmático”, uma vez que os efeitos da
crise financeira mundial sobre a economia e a agricultura nacional não
estão claros. “A crise tende a gerar graves conseqüências para a
economia brasileira, como desindustrialização e desemprego”. Ele lembrou
ainda que o “todo poderoso agronegócio, totalmente dependente do
exterior”, também deve ser afetado.
Prova disso, afirmou, foi a
estratégia adotada pelas empresas do setor, em 2011, no sentido de
“acumular mais terras e se apossar dos bens da natureza para se proteger
da crise econômica”. Stedile acredita que esse processo, também
materializado pelo novo Código Florestal, continuará em 2012, e sua
denúncia deveria ser um objetivo da Rio+20, conferência das Nações
Unidas sobre meio ambiente que acontece em junho, no Rio de Janeiro.
“A
Rio+20 recolocará [em pauta] o tema do meio ambiente, das florestas e
da responsabilidade dos capitalistas, que agridem o meio ambiente para
fazerem seus lucros, deixando para a população malefícios como as
mudanças climáticas, as chuvas torrenciais e a poluição”, afirmou
Stedile.
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