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Jornalismo de desintegração: mídia brasileira se cala sobre criação da CELAC
Que a Celac traga também teoria e prática de um jornalismo de integração
Por Beto Almeida
Quando Vargas assinava a lei da Petrobras, a imprensa
brasileira dizia ser absurdo criar empresa de petróleo num país que,
segundo os EUA, não tinha petróleo. Agora, quando
presidentes de 33 países, em Caracas, decidem criar a Comunidade dos
Estados da América Latina e do Caribe (Celac) sem a presença dos EUA e
enterrando a OEA, a mídia brasileira sonegou a informação objetiva aos
brasileiros. A Celac nasce lastreada no diálogo e
na busca do desenvolvimento e da integração de países historicamente
submetidos à exploração imperial. Dos 100 anos de solidão, começamos a
construir os 100 anos de cooperação. Muitas
medidas que fomentam a integração já estão em marcha há anos. A Alba, a
Petrosul, a Telesur, o Banco do Sul, a Unasur. O Brasil deu também sua
contribuição ao criar a Universidade da Integração Latino Americana
(Unila), que irá receber 500 professores e 5 mil estudantes hermanos, um
investimento público nosso. Ajuda a reduzir assimetrias. A política
externa de Lula-Amorim, com o seu bordão “temos que crescer todos”,
espalhou investimentos públicos, via BNDES, na construção de obras
indispensáveis na região. O porto de Mariel em Cuba, uma hidrelétrica na
Nicarágua, recursos de Itaipu para industrializar o Paraguai, metrô e
estaleiro na Venezuela são apenas alguns dos exemplos. Tudo alicerça a
Celac. EUA, os grandes derrotados, sonegam a
informação: está em marcha a integração soberana e solidária. Na agenda,
buscam-se soluções democráticas para questões históricas: a saída ao
mar para a Bolívia, o fim do bloqueio contra Cuba, tirar a Colômbia da
agenda bélica dos EUA, recuperar as Malvinas Argentinas. A caminhada
será dura. Haverá sabotagens imperiais. Por isso, falta impulsionar
também a integração informativo-cultural, encorajando-se a TV Brasil a
retratar mais os rumos assumidos pelo Itamaraty. Afinal, 33 presidentes
criam uma Celac, rejeitam a OEA e criam rumo novo para o continente. E
isto não é notícia? É o conhecido jornalismo da desintegração. Que a
Celac traga também teoria e prática de um jornalismo de integração. Beto Almeida é presidente da TV Cidade Livre. Texto originalmente publicado na edição 459 do Brasil de Fato.
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