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Homenagem ao centenário de Mariguella na ABI: pensamento e luta do militante continuam atuais
Publicado em 16.12.11 - por Sheila Jacob
Na quinta-feira, 15 de dezembro, um ato político na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) celebrou o centenário do lutador comunista Carlos Mariguella, um dos grandes símbolos da luta contra a ditadura civil-militar. A homenagem também marca o início do Ano Carlos Mariguella, pois espera-se que em 2012 sindicatos, universidades e outras entidades proponham debates e reflexões sobre as ideias e os exemplos de luta deixados pelo militante.
Na abertura foi exibido o documentário Quem samba fica, quem não samba vai embora, dirigido pelo cineasta independente Carlos Pronzato. A partir de depoimentos de historiadores e militantes que atuaram junto a Mariguella, o filme aborda a trajetória pessoal e política do protagonista, que se confunde com a história da esquerda brasileira e da própria Aliança Libertadora Nacional (ALN), entidade da qual foi um dos criadores.
Na atividade estiveram presentes o presidente da ABI, Maurício Azedo; o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous; a presidenta do Grupo Tortura Nunca Mais, Cecília Coimbra; Mariana, do MST-RJ; os militantes históricos da ALN, Iara Xavier, Rafael Martinelli e Carlos Eugênio Clemente; Ivan Pinheiro, secretário-geral do PCB; e Carlos Augusto Marighella, filho do homenageado. Todos eles ressaltaram a atualidade do pensamento e da luta de Marighella, pois o sistema opressor de ontem é ainda o mesmo: a concentração de renda permanece e o Estado brasileiro continua reprimindo o povo e suas lutas. “Os torturadores de ontem são os mesmos de hoje. Só mudam os torturados, que hoje são os pobres, pretos e moradores de favela”, lembrou Damous.
Citando alguns versos de “Rondó da Liberdade”, poema do homenageado, Cecília Coimbra reforçou a importância do seu pensamento para os dias de hoje, destacando a insatisfação dos defensores dos direitos humanos com a Comissão da Verdade recém-aprovada pelo Governo Federal. “ ‘É preciso não ter medo. É preciso ter a coragem de dizer’. Esses versos do Mariguella nos ajudam a definir a Comissão da Verdade que queremos. Que seja autônoma e independente, e que tenha a coragem de tornar públicos e responsabilizar os autores de crimes cometidos pelo Estado brasileiro em nome da Segurança Nacional”. Ao final, o deputado estadual Paulo Ramos (PDT/RJ) comunicou que foi aprovada, pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a entrega da Medalha Tiradentes a Carlos Marighella, por sua luta incansável pela democracia. A iniciativa foi dos deputados Gilberto Palmares (PT), André Ceciliano (PT), Geraldo Moreira (PTN) e do próprio Paulo Ramos. O filho de Mariguella recebeu o prêmio, que homenageia pessoas e entidades que se destacam na defesa dos Direitos Humanos.
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