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Mães da Praça de Maio farão julgamento ético e político do Grupo Clarín
"Vamos
fazer um julgamento ético e político ao Grupo Clarín. Julgamento ao
Grupo que rouba crianças, verdades e esperanças", diz Hebe de Bonafini,
presidente do movimento
Publicado em 09.12.11 - Por Natasha Pitts, da Adital
Está marcado para o próximo dia 22, às 19h, na Praça de Maio, um
julgamento ético e político do maior conglomerado de comunicação da
Argentina - o Grupo Clarín. A iniciativa é da Associação Mães da Praça
de Maio com o objetivo de informar sobre a investigação que se está
fazendo sobre o diário Clarín, a Rádio Mitre, o canal de TV a cabo TN, o
Canal 13, a Cablevisión e a empresa que fabrica o papel para os
jornais, a Papel Prensa. Todas as empresas fazem parte dos mais de 300
meios de comunicação e empreendimentos pertencentes ao Grupo.
O processo é simbólico e representa um pedido de liberdade de expressão,
de espaço, de voz para defender a Lei de Meios, a liberdade sindical
dos trabalhadores e pedir justiça, memória e igualdade, assinalou Hebe
de Bonafini, presidente das Mães de Maio, em coletiva de imprensa na
Universidade Popular das Mães.
"Vamos fazer um julgamento ético e político ao Grupo Clarín. Julgamento
ao Grupo que rouba crianças, verdades e esperanças. Vão dizer que é caça
às bruxas, vão dizer que é contra a liberdade de expressão, vão dizer
que é uma escalada do governo, mas não é nada disso. É por nossa própria
liberdade, a liberdade dos sem voz”, manifestou Hebe.
O julgamento terá a duração de duas horas com a participação de
advogados, defensores, promotores, reclamantes e o povo como juiz. Para
as Mães da Praça de Maio, o ideal seria que o julgamento fosse feito
pela Justiça, contudo, como esta chega tarde, será o próprio povo que
irá julgar e condenar o Grupo Clarín.
No momento, o julgamento será apenas contra este grupo de comunicação,
pois, por ter cerca de 300 veículos no país a repercussão de suas
notícias é grande.
"(...) dizem uma mentira no Clarín ou no Canal 13 e sai por todo o país.
Então quando te difamam e arrastam pelo chão e te colocam como querem
todo o país lê, escuta e vê isso que não é certo. E isso é o que
queremos mostrar às mães, e o que queremos comparar. O que passavam e o
que diziam. O que se diz e o que se passa”, explicou Hebe.
O julgamento ético e político marcado para o dia 22 não será o primeiro
organizado pela Associação das Mães. Médicos vinculados a crimes da
ditadura foram julgados publicamente, assim como aconteceu no ano
passado com juízes e jornalistas.
Participarão do julgamento: trabalhadores despedidos do Clarín; a
ex-ministra de Economia Felisa Miceli, o titular da Sindicatura Geral da
Nação - Sigen, Daniel Reposo, entre outros. Caso não seja possível
fazer o julgamento na Praça de Maio, em virtude do tempo, a atividade
será transferida para o Espaço Cultural Nossos Filhos, que funciona na
ex Escola de Mecânica da Armada (Esma).
Núcleo
Piratininga
de Comunicação
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