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Cooperativa de Comunicação e Cultura promove "Café Anticolonial" nesta sexta, em Florianópolis
Publicado em 08.12.11Por Redação Desacato
Grupo formado por membros do portal Desacato irá oferecer serviços de Jornalismo, Comunicação e Cultura
A Cooperativa de Produção em Comunicação e Cultura (CPCC), inédita no Brasil, promove no sábado, 10 de dezembro, no Hall e Auditório do Centro de Artes da Udesc (Ceart) o Café Anticolonial. O evento promete reunir público variado para celebrar a fundação da cooperativa e promover um momento de confraternização e integração.
A partir das 14h, entre café, bolos, pães e chás a CPCC, grupo formado em sua maioria por membros do portal Desacato, apresenta ampla programação cultural. Além da exibição de áudiovisuais, haverá mesa de troca de livros, DVDs, CDs, peças artísticas e artesanais. A banda Pirofônicos embalará os visitantes com clássicos do rock nacional dos anos 80 e uma pitada de internacional. Haverá também as batidas do rapper Maycon, líder comunitário do Monte Cristo, em Florianópolis.
O cardápio será variado, sendo que parte dele será produzido pelos próprios membros da cooperativa, que também contará com um estande de vendas de camisetas do portal Desacato.
Apenas começando A Cooperativa de Produção em Comunicação e Cultura será fundada no dia 9 de dezembro, mas a parceria entre parte de seus cooperantes existe desde agosto de 2007, quando fundaram o Portal Desacato, veículo independente, sem laços com partidos políticos, sindicatos ou qualquer organização pública, privada, estatal ou paraestatal. A linha do Desacato é claramente anticapitalista e antiimperialista e adianta o objetivo da cooperativa: a soberania comunicacional popular, ou seja, dar voz e visibilidade àqueles que não encontram espaço e nem apoio na grande mídia.
Por que uma cooperativa? O objetivo central do grupo não é novo: reunir pessoas de diversas gerações, com a intenção de abrir consciências, apresentar diferentes visões dos fatos e outra forma de cultura. “O inédito fica restrito à ferramenta, que precisa ser construída por todos os cooperados e pelo público, que pode e deve partilhar essa experiência como parceiro ativo”, afirma um dos membros da cooperativa, Raúl Fitipaldi.
Fitipaldi destaca que algumas ONGs estão cada vez mais ligadas ao uso do dinheiro público e à lavagem de dinheiro de grandes empresas estrangeiras, guiadas por propósitos que se afastam da transparência e do interesse das maiorias. Mas o cooperativismo aparece como uma opção democrática e honesta, que se aproxima da visão de mundo compartilhada pelo grupo. De acordo com ele, no Brasil, o cooperativismo é muito determinado pelo capitalismo, pelas empresas de exportação raras cooperativas de serviços de saúde e, principalmente, pelas cooperativas de crédito. “No entanto, os princípios de autogestão condizem com a percepção de Soberania Comunicacional Popular com a qual pretendemos contribuir.”
Por apresentar uma proposta inovadora no setor, enfrentaram-se algumas dificuldades até a formação do grupo e a conseqüente fundação da cooperativa, mas o desafio é motivador. “Não temos muitas idéias acumuladas, experiências para trocar, mas acredito que é preferível fracassar tentando criar fontes legítimas de produção, a ter sucesso desviando o dinheiro dos trabalhadores.”
Como irá funcionará? A cooperativa pretende ser uma opção diante dos monopólios da comunicação, que vá além dos projetos individuais, característicos da internet, por exemplo. “Vivemos muitas vezes sob uma perspectiva pós-moderna de negação do coletivo e repetidora do modelo vigente, ainda que o discurso seja de oposição ao sistema”. Na cooperativa, o instrumento, seja ele internet, jornal impresso, livro ou peça de arte, é produto, direto ou indireto, de uma construção coletiva, aberta.
A primeira forma que a população tem de contar com a cooperativa é se apropriando dos seus conteúdos, sugerindo outros, narrando através dela sua cultura, mobilizações e reivindicações. “Nossos serviços seguirão os seguintes princípios: informar, educar, formar e mobilizar, com o objetivo de uma sociedade justa, democrática e universal”, destaca Fitipaldi. Os serviços oferecidos se adaptarão à demanda, ou seja, pode-se comunicar uma notícia, artigo, audiovisual, livro, cobertura de eventos, apresentação de arte, entre outros.
Diante das dificuldades e dos desafios que trilham a nova fase do grupo, Fitipaldi é otimista e o nome do atual carro chefe da entidade expressa muito bem de onde vem a motivação: Desacato. “Isso implica em reconhecer que esse sistema não serve e que precisa mudar. Somos parte desta América Nossa e sabemos que Outro Mundo é Possível e Urgente”.
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