M�dia
Franklin Martins critica faroeste caboclo da comunicação
Publicado em 29.11.11 – Por Portal Vermelho
Durante
seminário do PT, o ex-ministro da Comunicação Social, Franklin Martins,
destacou, nesta sexta (25), cinco pontos que justificam o uso de um
Marco Regulatório – atualizado - no Brasil. No encontro, o presidente do
partido, Rui Falcão, reiterou que a intenção da legenda não é propor o
controle do conteúdo veiculados pelas empresas de comunicação. "Queremos
ampliar a liberdade de expressão no País. E a melhor maneira de fazer
isso é ampliar o acesso à difusão da informação", disse Falcão.
De
acordo com Franklin, o texto atual é ultrapassado e não incorporou
diretrizes aprovadas em 1988. Ele também destacou que a Constituição
traz em sua base todos os elementos questionados nesse debate – desde o
controle de conteúdo até a utilização da comunicação como mercadoria, e
não como serviço.
“Como
(o texto atual) não é claro, moderno e prático, a área da comunicação
eletrônica, por exemplo, entrou em um verdadeiro Faroeste Caboclo, onde
vale tudo”, disse ao tratar do terceiro elemento aspecto em jogo nesse
debate.
O
ex-ministro ressaltou também que a convergência nas mídias eletrônicas e
a confusão do que é sinal aberto e o que é sinal fechado não existiram
se essa regulação fosse colocada em prática – gerando a confusão entre
radiodifusão e telecomunicações.
Por
fim, Franklin destaca que a “sociedade de comunicação e do precisa de
um marco regulatório para sua própria organização”. “Não há nada,
absolutamente, que impeça a liberdade de expressão hoje no Brasil. Na
verdade, essa é uma tentativa de interditar esse debate público aberto e
transparente. Pra mim essa [questão] não é conveniência, é algo
visceral”, complementa.
Pontos Centrais
Segundo
Franklin, são pontos centrais: garantia da liberdade de imprensa;
democratização da oferta – evitando a centralização do comando dos
veículos; a complementariedade dos sistemas público, privado e estatal;
promoção da cultura nacional e regional; a separação entre produção e
distribuição; a universalização do acesso e a liberdade de Internet.
Para
o professor da ECA-USP, Dennis Oliveira, o sistema tal qual é hoje
afeta a sociedade diretamente em dois pontos: criminalizando alguns
grupos – como é o caso dos movimentos de moradia; e deslegitimando
outros, como políticos e outros tantos grupos sociais. “Precisamos
pensar esse debate em um conceito de Democracia, para que efetivamente a
gente radicalize do Estado brasileiro”, conclui.
Para
o presidente da Fenaj e membro da coordenação executiva do Fórum
Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Celso Schroeder, o
debate tem uma importância estratégica. “A Constituição precisa ser
regulamentada e que precisamos avançar nela”.
E
completa falando sobre a Confecom: “A vitória maior foi ter conseguido
superar um mito impeditivo que existia no país, não se falava de
comunicação no Brasil. Esse cenário mudou hoje e devemos ao
ex-presidente Lula, que lançou esse debate”, atribui. Ele também colocou
a disposição do PT, 20 pontos levantados e debatidos no Encontro para
adoção do governo nesse processo de formação democrática.
Sergio
Amadeu, sociólogo e doutor em Ciências Políticas pela USP, trouxe a
visão dos pesquisadores das redes digitais para a mesa. Prova da
importância dessa parcela da população, os internautas, foi o pico de
três mil acessos à TVLD pouco antes das 13 horas e a retransmissão do
sinal para diretórios em quatro outros estados.
Amadeu
falou da questão internacional, em um panorama que mostra que a prática
é muito comum em outras cidades – todas elas muito desenvolvidas, o
debate do marco civil, importante do ponto de vista da organização e
distribuição do diálogo nas diferentes camadas sociais e a
infraestrutura de rede – de acordo com ele, o maior desafio do país
hoje. “As operadoras de tele põe uma espécie de “pedágio” nas redes,
rende censura de tráfego na Internet. Não podemos deixar cyberespaço
sair de seu lugar comum para se tornar um espaço de mercado”, avalia.
Na
conclusão da mesa, o presidente Nacional do PT, deputado Rui Falcão
afirmou que todos os pontos debatidos serão discutidos junto à bancada e
que a atividade cumpriu ao que se propunha. “Independentemente das
interpretações que sairão daqui hoje, para mim essa atividade foi um
sucesso e vamos acelerar e fortalecer essa luta tanto quanto for
possível”.
Núcleo
Piratininga
de Comunicação
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