ltimas Notcias
Curso do NPC discutiu, nesta quinta, os desafios da comunicação sindical
Publicado em 17.11.11 - Por Sheila Jacob
Diversos jornais, revistas e materiais sindicais foram distribuidos e divulgados na manhã desta
quinta-feira, quando representantes de sindicatos de todo o país
apresentaram as muitas iniciativas de mídia produzidas por suas
entidades. Segundo os participantes, a comunicação de qualidade
deve ser vista como uma arma poderosa na formação de trabalhadores
e na construção de sua luta. Todos comentaram o papel estratégico
das novas redes sociais, como facebook e twitter, e ressaltaram a
importância de se investir no boletim eletrônico e em um portal
próprio. Mas um dos principais veículos, como mostraram, ainda é o
jornal impresso, pois é o que possui o maior número de
leitores. Programas de rádio e TV também foram citados como
estratégicos para a divulgação e sensibilização das bandeiras
sindicais.
“Temos um grande
desafio de cada vez mais nos apropriarmos das novas ferramentas e
produzir materiais com conteúdo ideológico”. Essa é a opinião
de Everton Gimenis, do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre. Para
ele, o movimento sindical deve aprender a divulgar suas
reivindicações, unificar as lutas e compartilhar experiências. “Só
a luta coletiva transforma a sociedade”, pontuou, destacando que o
jornal sindical não pode ser apenas informativo, mas deve ser também
opinativo. Ele lembrou, ainda, a importância dos meios audiovisuais,
informando que a entidade produziu dois documentários: um sobre a
greve proibida de 1979, deflagrada por cerca de 10 mil gaúchos, e
outro intitulado “A Década da Perversidade”, que mostra a
situação da categoria na passagem da década de 80 à 90, período
marcado pelas privatizações e demissões. Além dessas iniciativas,
o SindBancários vem investindo na memória das lutas da categoria,
com a criação de um Arquivo Histórico que reúne notícias de
jornais da década de 1930 e registro de assembleias, além de outros
materiais. Para saber mais, basta acessar
www.sindbancarios.org.br
Dirigentes sindicais
devem se sensibilizar para importância da comunicação
Marcela Cornelli, do
Sindprevs/SC, apresentou algumas iniciativas da entidade, como o
jornal mensal Previsão, de doze páginas; uma página
atualizada diariamente; além da produção de revistas, livros e
documentários. A partir de uma pesquisa com diversos sindicatos do
estado, a jornalista elencou algumas dificuldades enfrentadas nessa
área, como o desafio de se conseguir um entendimento geral de que a
pauta deve ir além dos assuntos da categoria; a multifunção dos
jornalistas, que muitas vezes têm que elaborar a pauta, escrever os
textos, atualizar as redes sociais, escrever panfleto, cobrir
assembleia e outras funções que prejudicam a periodicidade. Dentre
as possíveis soluções apontadas por ela estão o aumento do
investimento em comunicação, como a compra de equipamentos, por
exemplo; e a formação de dirigentes, para compreender o papel
central da mídia no mundo de hoje. Ela também sugeriu a valorização
do profissional da comunicação, autonomia dos jornalistas,
realização de cursos de formação, além de outros. Conheça o
Sindicato e suas publicações em www.sindprevs-sc.org.br
O diretor de
comunicação do Sinpro-MG, Aerton Silva, também ressaltou a
importância do convencimento dos dirigentes sociais da importância
da comunicação. Dentre as iniciativas de sua entidade estão o
jornal trimestral Extra-Classe e um portal da entidade em fase
de reformulação, com previsão de recursos multimídia como rádio
e TV para a internet. “Só assim iremos disputar hegemonia com a
grande mídia”, reforçou Aerton. Há dois anos também o Sindicato
vem produzindo um programa de TV com o mesmo nome do jornal,
Extra-classe, veiculado semanalmente em canal aberto pela TV
Bandeirantes. Os interessados podem acessar na página do Sindicato,
em sinprominas.org.br
Comunicação
sindical: uma outra visão da luta dos trabalhadores
“O SINDSEP (PE) vem
trabalhando o entendimento da comunicação como um direito humano”,
explicou a assessora de imprensa da entidade, Fabíola Mendonça, Por
esse motivo, segundo ela, o Sindicato tem participado de fóruns com
essa temática, como as conferências estadual (PE) e nacional de
comunicação, em 2009. Lembrando o jornalista José Arbex Jr.,
Fabíola comentou que os sindicatos sofrem com a criminalização dos
movimentos sociais pela mídia empresarial, que, quando não
silencia, demoniza as suas lutas. “Por isso temos que construir a
nossa comunicação, já que a mídia tradicional não abre espaço
para nossas questões”, destacou. Dentre as iniciativas do
Sindicato ela citou o jornal Garra, enviado diariamente por
e-mail para os sindicalizados. Mesmo investindo nas redes sociais, a
jornalista destacou que o principal veículo do Sindicato é o Garra
impresso mensal. “Além de temas relacionados aos servidores
públicos, a publicação traz eventos culturais, charges, notícias
nacionais e internacionais, e informações de lutas de outras
categorias, com uma visão diferenciada da veiculada pela mídia
tradicional“, explicou. No final do ano, o SINDSEP-PE também
produz uma revista de retrospectiva, com informações relacionadas
aos servidores públicos e outros temas. Um, inclusive, foi a própria
questão da democratização da comunicação, edição muito
elogiada pelos movimentos sociais. Conheça em www.sindsep-pe.com.br
O diretor de
comunicação do SENGE-RJ, Miguel Santos, informou que a entidade
também está em fase de reformulação de suas mídias: jornal
impresso, página na internet (www.sengerj.org.br)
e redes sociais. Para ele, um dos grandes desafios é chegar até a
base e fazer com que os trabalhadores escutem o que o Sindicato tem a
dizer. “Hoje uma das características é a superficialidade. Redes
sociais são ótimas, mas o jornal mensal tem que ter um bom
conteúdo, que trate de questões relevantes e possa atrair os
leitores”.
Comentando a mesa, Vito Giannotti, coordenador
do NPC, deu exemplo do jornal Destak, distribuído diariamente
nas estações do Metrô do Rio. “Os sindicatos devem aprender com
ele: tamanho dos artigos, diagramação, variedade de assuntos etc“.
Ele finalizou lembrando que, a exemplo do que foi exposto pela mesa,
não se deve investir em um meio ou outro, mas sim em várias frentes
de comunicação, para se fazer a disputa de hegemonia.
Núcleo
Piratininga
de Comunicação
—
Voltar —
Topo
—
Imprimir
|