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Confira o artigo de Vito Giannotti: A Colômbia é aqui
Publicado em 07.11.2011 - Por Vito Giannotti
Há
pouco tempo quando se falava em assassinatos de lutadores do povo,
fossem estes militantes de movimentos sociais, sindicais ou políticos,
logo se pensava na Colômbia. “Lá acontece isso; aqui, graças a Deus,
nada disso”, dizia-se.
A ilusão agora se desfaz. Melhor. Vem se
desfazendo há alguns anos, embora sem fazer o alarde que merecem tais
casos. Anualmente, a CPT publica uma lista de militantes pela Reforma
Agrária assassinados ou ameaçados de morte pelo latifúndio e o
agronegócio. Somente em Tocantins a CPT lista 27 lutadores pela justiça
jurados de morte por grandes proprietários de terra. Encabeçam a listas
frei Xavier Plassat e irmã Geralda Magela.
Em 2004, quatro
fiscais do Ministério do Trabalho foram executados com tiros na cabeça
durante averiguação de denúncia de trabalho escravo em uma fazenda, em
Minas Gerais. Na época, amigos meus tiveram a certeza de que a Colômbia
não estava tão longe do nosso Brasil. Agora, as vítimas não eram mais
militantes como Chico Mendes. Eram funcionários do Estado. A violência
das forças repressivas, oficiais e não oficiais, militares ou
paramilitares, já velha conhecida, mostrava sua cara contra outras
vítimas.
No Rio, Patricia, Marcelo e mais
No
Rio de Janeiro, em 2007, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) requereu à
Assembleia Legislativa, a instauração de uma CPI para apurar a atuação
das milícias em comunidades no Estado. Com relatoria do deputado
Gilberto Palmares (PT), a CPI provocou a prisão de mais de 500 pessoas.
Desde então ameaças de morte contra Freixo foram constantes. E se
intensificaram após o assassinato da juíza Patricia Acioli, em setembro
deste ano. A Secretaria de Segurança identificou várias delas, como uma
reunião, na Zona Oeste, de 50 caras armados planejando a morte do
deputado.
A Anistia Internacional com a qual Marcelo Freixo atua
há anos, o convidou para ir à Europa para denunciar a situação da
Segurança no Rio e ao mesmo tempo tirá-lo, momentaneamente do foco dos
que o querem morto. Marcelo não se considera auto-exilado, mas não há
nada de errado em se proteger, fora do seu país, quando a situação fica
insuportável porque o Estado não garante sua segurança. Durante a
Ditadura, centenas de bravos lutadores fizeram isso.
Lá, ele vai
falar sobre as injustiças e ameaças de mortes que recebem centenas de
lutadores por um país justo e livre. Marcelo é um dos ameaçados de
morte. Há muitos outros, conhecidos e anônimos. Protegê-lo é proteger a
todos. E sabemos que, no Rio, a maior proteção só virá com a
implementação das propostas da CPI das milícias, pois, é necessário
quebrar os braços econômicos dessa máfia.
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Piratininga
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