Publicado em 30.08.11 – Por Agência Pulsar

Um morador de Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, resolveu acampar em frente da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) em protesto contra a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA).

Rodolfo Lobato denuncia a falta de compromisso do governo em debater impactos provocados pela empresa. Ele permanece em frente à SEA desde quinta-feira (25).

A ação foi motivada pela ausência do secretário do Ambiente, Carlos Minc (PV), nas últimas duas audiências públicas sobre o tema. Durante o final de semana, pelo menos outras 10 pessoas se revesaram e acamparam junto com o morador, levando comida e água.

Segundo Lobato, falta vontade política do governo em debater os impactos sociais, culturais e sociais provocados pela instalação da siderúrgica. Ele lembra que após manifestações realizadas em fevereiro deste ano, o governo ficou de responder perguntas sobre a instalação da empresa na cidade.

Um dos pontos destacados foi a explicação da doação de 4 milhões e 600 mil da CSA ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Para Lobato, o fato gera um “constrangimento político”. Ele afirma que o dinheiro foi recebido pelo órgão durante o processo de licenciamento da empresa.

Após a inauguração da CSA, em junho de 2010, os impactos ambientais e sociais cresceram na região. Moradores começaram a sofrer com a poluição do ar, tendo problemas respiratórios e de pele. A pesca na região também foi prejudicada com a poluição das águas da Baía de Sepetiba, que abriga o porto da transnacional.

Denúncias contra a CSA já foram feitas em nível nacional e internacional. Além de ser objeto de investigação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a empresa responde por duas ações penais promovidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPE – RJ). A siderúrgica é uma parceria entre a alemã Thyssenkrupp (73%) e a mineradora brasileira Vale (27%).

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