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Adolescente morre durante protestos no Chile

De acordo com testemunhas, Manuel Gutiérrez Reinoso de 14 anos teria sido  assassinado por policiais

Publicado em 29.08.11 - Por Brasil de Fato, com informações de agências



Um adolescente de 14 anos morreu na madrugada desta sexta-feira (26) durante confrontos entre manifestantes e a polícia em Santiago, capital do Chile. Os violentos choques aconteceram no último dos dois dias da greve geral convocada pela Central Unitária de Trabalhadores (CUT), a maior central sindical do país.

A vítima foi identificada como Manuel Gutiérrez Reinoso. De acordo com meios chilenos, o jovem caminhava em companhia de seu irmão e de um amigo na localidade de Macul, na zona leste da capital chilena, quando foi atingido por um disparo. O local era um dos muitos focos de conflito durante a madrugada.

Um dos acompanhantes da vítima relatou à Telesur que uma "patrulha de carabineiros" [policiais chilenos] disparou contra eles, que se lançaram ao solo. Reinoso, no entanto, já havia recebido o impacto da bala.

Segundo o subsecretário do Interior chileno, Rodrigo Ubilla, durante os dois dias de paralisação geral no Chile houve 1394 pessoas detidas e 206 feridas.

Ubilla se negou a comentar se o jovem baleado foi atingido por um policial ou durante enfrentamentos dos manifestantes com jovens que tentavam impedir os protestos. Segundo ele, o caso será investigado.

A violenta noite concluiu a paralisação de 48 horas convocada pela Central Unitária de Trabalhadores, à qual aderiram estudantes e professores, que há três meses protestam para exigir educação gratuita e de qualidade.

Os trabalhadores também protestam contra o plano de reformar a Codelco, estatal de mineração que é a maior produtora de cobre do mundo. Eles temem a privatização, negada pelo governo. São pontos de reivindicação, ainda, a realização de uma reforma tributária e uma nova constituição para substituir a atual, imposta durante a ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990).

A greve nacional desta semana é a primeira que o presidente Sebastián Piñera enfrenta em seus 17 meses de governo. O ministro porta-voz do governo, Andrés Chadwick, acusou a CUT de oportunismo, ao declarar que a causa dos protestos era claramente a educação pública. Camila Vallejos, uma das líderes estudantis com maior visibilidade no país, afirmou no entanto, que os trabalhadores e estudantes sempre estiveram juntos e que suas demandas são sociais.

O líder da CUT, Arturo Martínez, classificou como exitosas as marchas em nível nacional e fez um chamado para que o governo "escute a voz do povo". Segundo ele, mais de 600 mil pessoas participaram dos dois dias de protesto em todo o país.

Ainda não foram divugadas informações sobre as próximas manifestações, mas os estudantes deverão se reunir neste final de semana para estabelecer a data dos novos protestos.


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 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge