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Revista “esquerdista” fala em guerra de classes mundial
Publicado em 18.08.11 - Por Luiz Carlos Azenha, do Viomundo
Primeiro foi o Nouriel Roubini que, em entrevista ao revolucionário
Wall Street Journal, disse que Marx estava certo.
Agora, aquela revista esquerdista chamada Forbes publicou
um texto muito disseminado nas redes sociais nos Estados Unidos.
Título: Os distúrbios no Reino Unido e a vindoura guerra de classes
mundial
No artigo, Joel Kotkin elenca uma série de números:
* 1 milhão de jovens britânicos estão desempregados
* 50% das crianças de Londres vivem na pobreza
* 20% dos adolescentes americanos estão desempregados, taxa que chega a 50%
em Washington
* dois quintos dos americanos que tem 18 e 19 anos de idade estão
desempregados ou fora da força de trabalho
* 43% dos americanos brancos sem diploma universitário avaliam que a
vida está piorando.
Ele escreve:
“O endurecimento das divisões de classe tem se acumulado por uma geração,
primeiro no Ocidente mas crescentemente em países de rápido desenvolvimento
como a China. A crescente divisão de classes tem suas raízes na globalização,
que custou empregos aos colarinhos azuis e agora mesmo aos colarinhos brancos;
na tecnologia, que permitiu a empresas e indivíduos mais ricos mudar suas
operações com velocidade rápida para qualquer lugar; e na secularização da
sociedade, que solapou os valores tradicionais do trabalho e da família que
eram básicos do capitalismo de raízes desde suas origens.
Todos estes fatores podem ser vistos nos distúrbios britânicos. Relações
raciais e com a polícia tiveram um papel, mas entre os amotinados havia mais
que gente das minorias ou gangsters. Como o historiador britânico James Heartfield
sugeriu, os amotinados refletiram um rompimento mais amplo do “sistema social
britânico”, particularmente o “sistema de trabalho e de recompensa”.
Nas primeiras décadas do século 20, jovens da classe trabalhadora poderiam
contar com trabalho na vibrante economia industrial do Reino Unido e, mais
tarde, no crescente setor público largamente financiado pelos ganhos
[financeiros] da City e ao crédito. Hoje, o setor industrial encolheu e está
irreconhecível. A crise financeira solapou o crédito e a capacidade do governo
de bancar o estado de bem estar social”.
Mais adiante:
“A perspectiva de um crescente conflito de classe existe mesmo na China,
onde a desigualdade social é uma das piores do mundo. Não causou surpresa uma
pesquisa conduzida pela Academia de Ciências Sociais de Zhejiang mostrando que
96% dos entrevistados sentem “ressentimento contra os ricos”. Enquanto o Tea
Party e os esquerdistas nos Estados Unidos acusam o capitalismo entre amigos do
regime Bush-Obama-Bernanke, os trabalhadores e os chineses de classe média
estão diante de uma classe governante hegemônica que consiste de autoridades e
capitalistas ricos. Que isso se dá sob um regime supostamente
“marxista-leninista” é ao mesmo tempo irônico e obsceno”.
Diante disso, ele prevê que a onda mundial de distúrbios vai se espalhar e
chegará aos Estados Unidos.
Com as bolsas de valores derretendo mais uma vez, é sempre bom ficar de olho
nos alertas destas publicações esquerdistas como o Wall Street Journal
e a Forbes.
PS do Viomundo: Não tenho a mínima paciência com o
nheco-nheco político em torno do governo Dilma. Tenho comigo que o futuro
político da presidente vai se definir em função da reação brasileira à crise
econômica mundial, que pode se aprofundar nos próximos meses. Quanto ao resto,
não há nada que o canetaço presidencial não resolva, especialmente no Brasil.
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