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Folha baba ódio contra o MST - texto de Altamiro Borges
Publicado em 9.09.11 - Por Altamiro Borges
A mídia burguesa nunca gostou dos
movimentos sociais. Ou omite suas lutas ou as criminaliza. Quando eclode uma
greve, ela fala em congestionamento do trânsito – jogando a sociedade contra os
grevistas. Ocorre um ato ou passeata popular e ela sataniza os manifestantes. O
MST, um dos principais movimentos sociais brasileiros, é um dos alvos prediletos desta manipulação midiática.
A
torcida histérica
Prova deste ódio de classe foi o editorial da Folha de domingo (7) contra os sem terra. Os
adjetivos são raivosos, hidrófobos. Com base em dados sobre a redução do número
de acampados, o jornalão da famiglia Frias atira: “Nos termos do vocabulário
leninista que alimenta o delírio autoritário de seus líderes, é possível dizer
que a ‘vanguarda de luta’ do MST corre risco de fenecer”.
Para o jornal,
o MST é “o arauto de uma utopia regressiva, inimigo do agronegócio e da geração de riquezas no campo” e
estaria em “declínio político” por se opor ao “progresso” capitalista. Não há
uma palavra contra a concentração de terras no país, contra o trabalho escravo
ou contra o uso de jagunços pelo latifúndio. A torcida pela extinção do MST é
explícita, quase histérica:
Um jornal decadente,
decrépito
“Em marcha inexorável, o movimento encolhe. Reverte ao
núcleo do que nunca deixou de ser: um grupo de cristãos de esquerda adepto de ações criminosas, como invasão e destruição de
propriedades, e hábil na mobilização de excluídos para exercer pressão sobre o
Estado e extorquir-lhe os recursos - desapropriações e verbas - que mantêm o
movimento artificialmente vivo”.
Depois a Folha ainda afirma que é um
jornal “plural e independente”. Porta-voz dos ruralistas e da direita golpista,
o jornalão deveria ficar preocupado com o seu “declínio inexorável” – expresso
na queda das suas tiragens de quase 1 milhão de exemplares nos anos 1980 para
menos de 300 mil nos dias atuais. Ela sim representa a “utopia regressiva” do
deus-mercado.
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