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Geógrafo denuncia violência contra trabalhadores rurais no Rio
[Por Paulo Alentejano]
O que está acontecendo em Campos dos Goytacazes e arredores, no norte do estado do Rio, é mais um caso de violência contra os trabalhadores rurais e um atentado contra a reforma agrária. Em nome dos interesses de grande empresários e especuladores de terras, trabalhadores são expulsos de suas terras. A produção de alimentos é eliminada e o pouco que foi realizado em matéria de reforma agrária é destruído.
Em conluio com prefeituras da região, um dos maiores empresários brasileiros, Eike Batista, está patrocinando ações que ameaçam a sobrevivência de milhares de trabalhadores rurais. Está sendo construído um porto no município de São João da Barra. Centenas de posseiros, sitiantes e pequenos proprietários de terras ao redor estão sendo vítimas de assédio moral e pressão psicológica para abandonar e ou vender suas terras para a expansão da área industrial planejada para ser instalada junto ao complexo portuário. Famílias idosas e agricultores analfabetos são alvos privilegiados dessas pressões.
Porém, a maior violência ainda está por vir. O empresário e a ex-governadora do estado do Rio, atual prefeita de Campos [Rosinha Garotinho], estão planejando a destruição do maior assentamento rural do estado do Rio de Janeiro. Trata-se do Zumbi dos Palmares, onde vivem e produzem mais de 500 famílias de trabalhadores rurais. Em nome da construção de uma variante para a rodovia BR-101, visando retirar o trânsito da área central da cidade de Campos, o assentamento será destruído.
Resta à sociedade brasileira, fluminense e campista se posicionar: o que vale mais? A vida ou o lucro?
Paulo Alentejano é professor da Uerj
Núcleo
Piratininga
de Comunicação
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