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Prefeitura promove desapropriação em Madureira, no Rio de Janeiro
Publicado em 13.04.11 - Por Camila Marins A rua Quaxima, localizada em Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro, foi alvo de mais uma desapropriação promovida pela Prefeitura, na manhã desta quarta-feira, dia 13. Cerca de 27 famílias estão com suas casas ameaçadas, devido às obras da Transcarioca (corredor metropolitano que ligará Barra da Tijuca ao aeroporto internacional Tom Jobim). De acordo com Alexandre de Magalhães, representante da Rede Contra Violência, áreas próximas já foram demolidas. “Assim que começaram as obras, os moradores se organizaram, foram à Defensoria Pública, ao Conselho Popular e iniciaram as conversas com os órgãos responsáveis”, relatou Alexandre. A Prefeitura ofereceu casas no bairro Cosmos, na Zona Oeste, mas nas seguintes condições: as chaves e o contrato só seriam entregues no dia da mudança e no local, e as pessoas teriam que ter saído de suas casas. Segundo Alexandre, dez famílias aceitaram e outras 17 não. Na sexta-feira, dia 8, os moradores receberam uma notificação para reintegração de posse. “Chegamos aqui e há um enorme aparato, entre guardas municipais, policiais militares, subprefeitura, secretarias. O clima bastante ostensivo”, afirmou. As pessoas não saíram de suas casas, até porque não têm para onde ir e enquanto as negociações se davam, policiais invadiram a área por um outro lado, assustando ainda mais os moradores. “Estamos tentando negociar. O tenente nos disse que o cheque do aluguel social seria pago hoje para as pessoas se retirarem, mas as informações estão muito desencontradas e até mesmo essa invasão da barricada por outro lado mostra o tom da negociação”, explicou Alexandre. Mesmo se as famílias receberem o cheque do aluguel social, no valor de R$400, existem muitas dificuldades para alugar uma casa. Em Madureira, por exemplo, o aluguel de uma casa está em torno de R$500. “O tenente garante que vão realocar as famílias para o programa Minha Casa, Minha Vida; mas não sabemos para onde e nem quando. Não há certeza”, se indignou Alexandre. Está prevista para a tarde de hoje uma reunião na Secretaria de Habitação entre representantes dos moradores e Prefeitura para tentar um acordo, ao invés de uma desapropriação truculenta, sem respeito aos direitos humanos.
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