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Líder do movimento pela moradia em SP é absolvido em julgamento
Júri popular desmonta, em São Paulo, tentativa de criminalizar as lutas
sociais. Acusado injustamente por anos, líder do movimento pela moradia é
finalmente absolvido.
Por Susana Vier, Rede Brasil Atual
Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, foi absolvido em júri popular no
final da tarde de terça-feira, 5 de abril, no segundo dia de julgamento, realizado no
Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista. A decisão foi
anunciada depois de o próprio promotor Roberto Tardelli ter defendido a inocência do líder do movimento de moradia, classificando como “temerária” sua condenação.
Gegê é membro do
Movimento de Moradia no Centro (MMC) e da Central de Movimentos
Populares (CMP). Em 2002, ele foi acusado de dar
carona ao assassino de um homem que
morava no acampamento sob coordenação do MMC. Em parte desse período, o
ativista teve momentos em que foi considerado foragido da Justiça.
Gegê se dizia condenado por ter sido impedido de viver com dignidade
nos
últimos nove anos.
Durante a sessão do júri, o advogado de
defesa, Guilherme Madi, pediu absolvição lembrando que havia interesse
de um grupo com relações estreitas com o tráfico de drogas em dominar o
acampamento onde houve o crime, pelo qual Gegê foi acusado de
coautoria. O MMC, do qual Gegê é uma das lideranças, estabelecia
diretrizes para o acampamento, entre elas a de não haver bebida
alcóolica, drogas e violência no local. O interesse desse grupo em
encriminá-lo era permitir o controle do acampamento. A postura de Gegê,
contrária à circulação de entorpecentes no local, provocou inimizades. A acusação era vista como uma tentativa de
criminalização dos movimentos sociais. “Estou em liberdade, mas não
sei o que está por trás das inimizades fabricadas durante o processo. O
caso todo mostra que houve interesses e pessoas que quiseram me
incriminar”, disse o militante. Segundo o ex-ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo
Vannuchi, “Gegê passou por uma odiosa perseguição por nove
anos em que se configurou uma armação policial para criminalizar os
movimentos sociais. Armação esta com repercussão judicial”, critica.
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