ltimas Notcias
Greve na TV Sergipe tirou telejornal do ar na segunda-feira (04.04)
Publicado em 06.04.11 - Com informações do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe e foto de Cléverton Ribeiro
Sergipanos tiveram que assistir ao "Bom Dia Pernambuco". Quem ligou seu
televisor para assistir ao telejornal "Bom Dia Sergipe", na manhã de
segunda-feira (4/4), levou um susto ao ver em seu lugar o programa "Bom
Dia Pernambuco". A mudança na grade de programação da afiliada da Rede
Globo em Sergipe se deu às pressas, para cobrir o buraco gerado com a
paralisação dos trabalhadores da emissora.
A ação, coordenada pelos sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas e
com apoio da CUT, CTB, outros sindicatos e parlamentares, contou com a
adesão quase que total do pessoal de produção e dos jornalistas e
radialistas da emissora. Na porta da empresa, de braços cruzados, os
trabalhadores pediam em uníssono a saída do atual diretor presidente da
empresa, que seria o responsável por implementar uma política de
"enxugamento" na emissora que provou a saída de 42 trabalhadores que
foram demitidos ou pediram para sair.
"Não restou alternativa aos funcionários senão a paralisação. A
situação, com o senhor Paulo Siqueira impondo a sua política de terror
contra os trabalhadores, tornou-se insustentável. Tentamos, por diversas
vezes, o diálogo com a empresa no sentido de contornar essa situação,
mas sem resultado prático. Agora, com a paralisação, os donos da
emissora sentiram que o negócio é sério e resolveram dialogar para
buscar uma solução", explica o presidente do Sindicato dos Jornalistas
de Sergipe, George Washington Silva.
Fernando Cabral, presidente do Sindicato dos Radialistas, lembra que
desde julho do ano passado, os sindicatos vinham alertando para a
política de perseguição e massacre aos trabalhadores da TV Sergipe
implementada pelo diretor presidente Paulo Siqueira.
"Ele é um gestor autoritário, que fez um estrago na afiliada da Rede
Globo do Piauí e quer fazer o mesmo aqui. Ele mostrou que não tem
compromisso nem com os trabalhadores e nem mesmo com os sergipanos e sua
cultura, a ponto de mandar cortar a programação que a emissora tinha de
apoio às quadrilhas juninas e ao São João do Estado. Esta aí a resposta
dos trabalhadores, e isso é só o começo", enfatizou Cabral.
O corte na cobertura da emissora para o São João da terra e para o
tradicional concurso de quadrilhas juninas levou vários artistas e
quadrilheiros à porta da empresa para apoiar o ato dos jornalistas e
radialistas.
Reunião emergencial
A paralisação da programação matutina da TV Sergipe, fato inédito ao
longo dos 40 anos da emissora, obrigou a vinda, às pressas, dos seus
dois acionistas majoritários, o ex-governador, ex-senador e ex-deputado
federal Albano Franco (PSDB) e Lourdes Franco, à sede da empresa para
uma reunião de emergência com uma comissão formada por representantes
dos trabalhadores e dos seus sindicatos. Ricardo Franco, filho de
Albano, também participou da reunião.
Após várias rodadas de discussão, dos sindicatos colocarem a pauta de
reivindicação dos trabalhadores e de funcionários da emissora exporem,
sob promessa de que não seriam perseguidos, os vários problemas surgidos
à partir da gestão de Paulo Siqueira, Albano e Lourdes Franco pediram
dez dias para buscar uma solução para a crise.
"Mas a permanência do senhor Paulo Siqueira está fora de negociação. Ou
ele deixa a emissora ou não haverá entendimento. Essa é a reivindicação
principal a ser atendida", ressalta Washington, do Sindijor.
"Ficou claro que os trabalhadores não querem esse gestor e que a
permanência dele só irá agravar a crise. É fora Paulo Siqueira!",
completou Cabral.
Para Albano Franco, o caminho para contornar a crise está aberto. "Penso
que dez dias são bastante razoáveis para que a gente possa dar uma
resposta satisfatória e solucionar essa questão de vez. Vou discutir
isso com a outra acionista da empresa e juntos devemos apresentar uma
resposta que atenda às reivindicações dos funcionários e dos
sindicatos", se comprometeu Franco.
Logo após o acordo firmado, a comissão de negociação deixou a sala de
reuniões na sede da emissora e seguiu para o portão de entrada, onde os
trabalhadores aguardavam o desfecho das negociações. Em assembleia
rápida, os funcionários aceitaram o que ficou acordado na reunião e
retornaram ao trabalho.
Núcleo
Piratininga
de Comunicação
—
Voltar —
Topo
—
Imprimir
|