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Desabrigados de Niterói resistem e impedem remoção planejada pela Prefeitura
Publicado em 6.01.11 - Por Agência Petroleira de Notícias
Depois da perda de suas casas, agora as vítimas
das chuvas de abril em Niterói estão ameaçadas de perder o abrigo
situado no 4º Grupo de Companhias de Administração Militar (G-CAM), no
Barreto. A Prefeitura mobilizou nessa terça-feira, 4 de janeiro, um operativo
de Defesa Civil, Guarda Municipal e Polícia Militar para transferir
essas famílias para o abrigo do 3º Batalhão de Infantaria do Exército
(3º BI), em Venda da Cruz, São Gonçalo. Os moradores se recusaram a sair e se aglomeraram na frente do abrigo em
protesto até os representantes do poder executivo desistirem da remoção
forçada.
Foto por Rafael Duarte - APN
Os moradores se indignaram
com o desrespeito e autoritarismo do governo municipal que queria forçar
a transferência sem nenhum diálogo prévio. Cansados de serem jogados de
um lado para o outro, as famílias não querem deixar o abrigo em que estão. Também
alegam que no G-CAM ficam em quartos fechados com paredes de cimento e
no BI ficariam em piores condições, em espaços mais apertados, menos
seguros e protegidos por divisórias de tapumes. O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPE-RJ) entrou com uma ação civil pública para impedir a
transferência desses moradores para outro abrigo público. O MP concorda
com o posicionamento dos desabrigados e questiona a postura da
prefeitura de Niterói, que insiste em permanecer "realocando as vítimas das
chuvas de abrigo para abrigo" e não garante um lugar fixo para elas
morarem.
Moradores protestam e Prefeitura recua
Na
manhã da terça-feira, dia previsto para desocupação, os desabrigados
organizaram uma ação de resistência em frente ao portão. Fecharam o
acesso com correntes e cadeados, estenderam cartazes e se perfilaram
formando uma espécie de barreira humana. Com o apoio do Comitê dos Desabrigados de
Niterói e outras organizações solidárias, como o Movimento dos
Trabalhadores Desempregados, o Conselho Comunitário da Orla da Baía, o
Sindicato dos Trabalhadores da UFF e a Pastoral da Juventude, abriu-se
uma negociação com os representantes da Polícia Militar e da Defesa
Civil. Após a desistência da Prefeitura em consumar a
remoção, os moradores se reuniram e constataram a necessidade de se organizar melhor.
No fim da tarde, a Promotoria de Justiça de Tutela
Coletiva de Defesa da Cidadania do Núcleo Niterói conseguiu liminar para
evitar que os ex-moradores do Morro do Bumba e de outras áreas afetadas pelas chuvas de abril do
ano passado sejam removidos à força do 4ºGCAM. A justiça também exigiu
que a Prefeitura, num prazo máximo de 180 dias, implemente as medidas
necessárias para o atendimento às famílias dos dois abrigos oficiais,
identificando as demandas assistenciais e de moradia deste contingente.
Leia a cobertura completa na página da APN.
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