[Por Vito Giannotti*] O Núcleo Piratininga de Comunicação, sobre a mídia nestas eleições, não pensa nada além do que vem repetindo há anos sobre o comportamento da mídia. Seguindo a visão de Gramsci, nos cursos pelo Brasil afora, nos cursos anuais, no Boletim NPC, em palestras e inúmeros textos, sempre repetimos esta idéia. A mídia é o verdadeiro partido da burguesia. Esse foi o tema-título do 15º Curso do NPC no ano passado. Este ano, no 16º, estamos repetindo a mesma cantiga. Por isso, nesta eleição presidencial, não temos que nos espantar com nada. Tudo está no script. O que nos alegra, no deserto desta eleição, é ver que muita gente está descobrindo a pólvora: o papel da mídia na sociedade atual, uma sociedade totalmente invadida pelas comunicações em todas suas variantes. Os que ainda acreditavam na neutralidade, na imparcialidade, na objetividade da mídia, tiveram que abrir os olhos frente aos fatos.  

Hoje, não há mais dúvidas: a mídia nestas eleições tem ladíssimo. É o lado da CLASSE MÉDIA BRANCA ESCRAVISTA. Uma classe que, historicamente, sempre governou o país como se fosse sua capitania hereditária. Implantou e conviveu muito bem com a escravidão e tudo fez e faz e fará par que esta continue. Esta classe que sempre foi contra qualquer esquerda (PCB, PCdoB, PSB, PDT, PT, PCO, PSTU e mais recentemente PSOL). Contra os sindicatos com suas greves, ontem agrupados na CUT, hoje divididos em quatro ou 5 centrais: CUT/CTB/Conlutas/Intersindical-1/ Intersindical-2. Elite branca escravagista que sempre foi contra a reforma agrária e hoje semeia ódio ao MST. E que sempre se alegrou de ser o quintal dos EUA, contanto que fosse regado a whiskie, para ela.

E é esta classe que, pela combinação feudal da nossa história, é dona de todas as televisões e rádios. Ela que é dona da “grande imprensa”. Estas eleições, certamente, irão convencer a milhares da necessidade de as forças populares construírem e conquistarem sua própria “grande” mídia para responder à altura aos seus eternos inimigos de classe.

Nestas eleições, a mídia que mais influi na opinião pública (FSP/Globo/Veja/OESP) age como um partido para emplacar SERRA e derrotar a candidata que vai derrotá-lo. Ataca Dilma, apoia Serra e tenta inflar Marina para evitar a derrota no primeiro turno e logicamente não dá espaço aos candidatos mais à esquerda. É lógico que esta mídia não vai oferecer seus espaços para quem teima em defender o socialismo como única alternativa para um novo mundo, com justiça e liberdade. Mas ela está na dela. È o partido do capital.

*Vito Giannotti é coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação

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