Pela 16ª vez o setor de Pastoral Social da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) leva para as ruas do País o Grito dos Excluídos. Neste ano, o tema escolhido foi “Vida em primeiro lugar”, com o lema “Onde estão nossos direitos? Vamos às ruas para construir um projeto popular”. Segundo o coordenador nacional do Grito dos Excluídos 2010, Ari Alberti, o tema deste ano visa os direitos essenciais: “A luta principal do Grito é pela vida. E dentro disso, trazemos o lema deste ano que busca os direitos básicos assegurados pela Constituição Federal como saúde, segurança, educação, lazer e outros”.
A manifestação foi promovida pela primeira vez em 1995. De lá para cá, o Grito ganhou corpo. Deixou de ser um evento apenas das pastorais e passou a reunir movimentos urbanos e rurais. Aos poucos o movimento sindical começou a participar e hoje já tem o Grito em seu calendário de atividades.
Neste 7 de setembro, no Rio, após a tradicional Parada Militar que celebra a Independência do Brasil, simbolizada pelo Grito Independência ou Morte, um outro grito vai ecoar. O grito dos despossuídos, daqueles que não têm terra para plantar, não têm escolas para seus filhos nem hospitais para seus doentes.
Como tem acontecido há 16 anos, no fim do desfie dos militares os excluídos desfilam suas bandeiras. Quem acompanhar a manifestação na capital do seu Estado, vai ver passar pelas avenidas do País alas de bancários, de professores, de previdenciários, de jornalistas, de petroleiros, de engenheiros e outras categoriais profissionais. Cada ala vai mostrar a luta pela reforma agrária, moradia, justiça e trabalho.
Eu estarei lá, à frente de um grupo de 30 alunos do Curso de Comunicação Popular que coordeno. Vamos distribuir um jornal Vozes das Comunidades com reportagens que, nas palavras do senhor Severino, ascensorista do prédio onde trabalho, “é o jornal dos Excluídos”. Mal sabia ele que a publicação fora toda pensada para ser distribuída exatamente no dia 7 de setembro, dia do Grito dos Excluídos.
