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Ouvidor da polícia de São Paulo propõe que autos de resistência sejam registrados como homicídio
Publicado em 30/08/10 A violência policial nas grandes cidades do Brasil tem sido alvo de críticas de especialistas. Conforme afirmou Rodrigo Martins, na edição de 25 de agosto da Carta Capital, em junho, Philip Alston, relator especial das Nações Unidas, condenou a elevada taxa de letalidade das polícias no Rio de Janeiro e em São Paulo. Segundo Alston, as forças de segurança nos dois estados mataram 11 mil pessoas entre 2003 e 2009. Ele disse, ainda, que as evidências mostram que muitas dessas mortes foram execuções. A polícia paulista foi responsável por 543 mortes no ano passado, número 57% superior ao de 2008. “É uma taxa de letalidade inadmissível”, avalia o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Dantas, em entrevista à Carta Capital. Segundo ele, no primeiro semestre desse ano a polícia de São Paulo matou 274 indivíduos. Só a Rota matou 36. No mesmo período de 2009 foram 21, configurando um aumento de 71% na letalidade. Dantas pretende encaminhar ao Ministério Público do Estado de São Paulo um pedido que instituição publique um provimento obrigando os delegados a registrar as mortes cometidas pela polícia como homicídios e não como autos de resistência. Na entrevista, Luiz Gonzaga Dantas fala sobre a história da polícia e as raízes do que ele chama de “cultura da violência policial”, sobre a ausência de casos de policiais condenados por descaracterizar a cena do crime e a respeito do arquivamento de casos de registro de “resistência seguida de morte”. Ele analisa os principais problemas da perícia e aponta medidas para mudar a cultura da violência da PM. Confira a entrevista completa na página da Carta Capital.
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