O III Encontro Sindical Nossa América, que ocorreu em Caracas/Venezuela nos dias 21, 22 e 23 de julho/2010, com participação estimada de 500 pessoas, foi emocionante para mim por vários fatores: primeiro porque não tive a oportunidade de participar dos dois encontros anteriores que aconteceram respectivamente em Quito e em São Paulo. Segundo, porque não conhecia, até então, Caracas. E, por último, porque tive a oportunidade de ver e ouvir de muito perto o Comandante Hugo Chávez Frias.
O Encontro foi extremamente proveitoso, pois tivemos a oportunidade de ouvir e relatar experiências. Os trabalhos foram divididos em três mesas/oficinas com os seguintes temas: conjuntura política, organização (plataforma de lutas) e programa de formação. Estabelecido os temas, as pessoas escolheram em qual oficina desenvolver os trabalhos e dirigiram-se para as salas designadas. Após relatos de experiências e sugestões de ações, os coordenadores fizeram os respectivos relatórios que foram apresentados a todos conjuntamente para conhecimento e aprovação. Nessa ocasião, tive a oportunidade de conhecer dois sindicalistas da Costa Rica que, como eu, representam os Auxiliares de Administração Escolar, só que ao invés da rede privada, eles representam os trabalhadores da rede pública. Eles me contaram que em seu país as escolas privadas são minoria, visto que o ensino público atende a toda a população com qualidade e, a escola particular é muito cara, não obstante, muitas vezes o ensino ser inferior ao setor público. Uma realidade bem diferente da do Brasil.
A participação do Presidente Hugo Chávez foi uma emoção à parte. Ele é muito carismático e simples. Apesar do forte esquema de segurança, ao final, tirou fotos com algumas pessoas da delegação do Brasil e, recebeu de presente da nossa Companheira Cristina Castro (Vice Presidente da FITEE) uma Bandeira do Brasil, que literalmente foi vestida por ele.
Em seu discurso, de mais ou menos 02h30, relatou sua história de vida política e como conheceu Fidel Castro. Informou que infelizmente, foi obrigado a cortar relações políticas com a Colômbia em função das afirmações inverídicas sobre a Venezuela abrigar guerrilheiros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Em vários momentos, citou o presidente Lula e a Dilma Roussef sempre dirigindo-se à delegação do Brasil que estava bem à sua frente. Reafirmou, ainda, que para se construir o Socialismo é imprescindível a unidade dos trabalhadores.
Caracas é muito bonita, ruas largas, muito limpa e colorida. Mas, como toda grande metrópole tem um trânsito caótico. Está localizada há uns 15 km do mar do Caribe, o qual, infelizmente, não tive a oportunidade de conhecer. Percebi que os Venezuelanos gostam muito do Brasil. Sempre que tentava me comunicar com alguém, logo vinha a pergunta: Brasil? Ao confirmar, diziam que gostavam muito do Brasil por ser um povo muito alegre e receptivo já que a maioria com quem conversei conhece alguma praia do nordeste. Os que não conhecem sonham em um dia passear no Brasil.