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Arrocho, demissão e terceirização são metas da Aracruz Celulose (Fibria)

Presidente da Fibria (ex-Aracruz Celulose) Carlos Lira quer apressar o processo de terceirização por temer a eleição da Dilma Roussef e o PT ficar mais 8 anos no poder, podendo ratificar as convenções 151 e 158 da OIT, que dificultariam as demissões dos trabalhadores sem justa causa, como é na Europa.

Um e-mail do presidente Carlos Lira Aguiar, endereçado a diretores na nova Fibria, vazou e foi entregue em envelope lacrado pelos Correios, à diretoria do sindicato dos Trabalhadores Papeleiros e Químicos do ES (Sinticel). O documento expressa os objetivos da empresa com fornecedores, clientes, trabalhadores e a comunidade.

Com três páginas, o documento faz uma apresentação detalhada de como o presidente quer que seus diretores trabalhem na nova configuração da empresa, oriunda da fusão Aracruz Celulose + VCP que chamava Newco [ainda não haviam definido Fibria]. Em setembro de 2008, a empresa teve um prejuízo de R$ 2,1 bilhões por aplicações no mercado financeiro de derivativos de câmbio. Esse foi o maior de sua história. Apesar de estar sendo processado junto com mais 10 executivos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Carlos Lira segue com prestígio em alta no comando da Fibria.

Relacionamento com Fornecedores

Na primeira parte do e-mail, o presidente fala como deve ser o relacionamento com os parceiros, os fornecedores da Newco (Fibria).

Quero lembrar que ultimamente este relacionamento do lado da Aracruz foi pautado por uma dureza bastante grande, beirando algumas vezes até a falta de educação, o que evidentemente não pode continuar e espero claramente que se dêem sinalizações de que vamos mudar. Tivemos excelentes negociadores em Suprimentos como o Guerón e o Giacomin, que não precisavam de shows e desrespeitos e nem fazer presidentes de empresa esperar 1 hora nos corredores, para obterem o máximo de resultados, tratando os fornecedores com educação, respeito e profissionalismo como deve ser uma parceria. Ultimamente isto não vinha acontecendo como regra e espero que a partir da Newco tenhamos uma postura firme, com expertise, em vez de voz grossa e tratamento pouco parceiro. Neste  aspecto, nosso pessoal de suprimentos tem de dar a entender que o grande porte da Newco não servirá para os achatar cada vez mais e, sim, para aumentar suas chances de crescimento, evitando alardear que só vamos à busca do menor preço, pois entendo que o resultado vem do preço, mas também da qualidade do fornecimento, dos prazos, do valor intrínseco que queremos ter no fornecedor (tem ISO-9000, tem controles de qualidade, tem auditorias? etc,) o que nos garantirá não apenas um bom preço do serviço prestado, mas a garantia de que no futuro não seremos solidários com problemas trabalhistas ou fiscais deste fornecedor.

Esse discurso bonito e cheio de boas intenções mostra, no último parágrafo do tópico relacionamento com os fornecedores, os verdadeiros objetivos de ter parceiros na Fibria: a obtenção de favores políticos e econômicos.

Por fim, lembro a todos que em vários momentos, os fornecedores locais, principalmente, foram nossos parceiros e aliados nas questões dos índios [*], dos licenciamentos ambientais (audiências publicas) questões de zoneamentos ambientais, publicações em jornais quando nós não podíamos aparecer e em ajudas políticas nas eleições locais. Isto tem muita importância para as relações da empresa e na obtenção de melhores políticos que fatalmente terão melhor relacionamento com a empresa.

 

*O presidente se refere à luta dos índios Tupiniquins e Guaranis a partir de 1998, para retomar o território invadido pela Aracruz. No segundo semestre de 2006, foi criado o Movimento de Apoio à Aracruz Celulose, que congrega 14 entidades de classe e mais de 300 empresas. A entidade reuniu, no centro de Vitória (ES), milhares de pessoas para manifestar repúdio à violência contra trabalhadores que estaria sendo supostamente cometida pelos indígenas em suas ações. Também entregou ao Ministério da Justiça um abaixo-assinado com quase 80 mil assinaturas em defesa da Aracruz Celulose. A empresa organizou a sociedade contra os índios. Publicou out doors "A Aracruz Celulose trouxe o progresso. A Funai, os índios", matérias em jornais e na televisão. Leia toda a história em http://www.reporterbrasil.org.br/exibe.php?id=1017

Processo de Terceirização

Aguiar termina o tópico elogiando o processo de terceirização implantado na empresa e o sucesso que alcançou. Fala que é um assunto ainda em estudo, mas que vai conversar com o Governador Paulo Hartung para acalmá-lo sobre as fofocas de que a empresa faria primarização:

Este é um assunto que também preocupa e muito a sociedade tanto no ES/BA quanto no RS e nesta sexta feira terei uma reunião com o gov. Paulo Hartung para lhe explicar que não iremos partir para uma primarização total, como as fofocas estão aparentando, e já promovendo um movimento local sobre este assunto. Portanto quero dar com diretriz,que não devemos tratar este assunto neste momento de forma geral,sem irmos a fundo em todas as nuances do mesmo,seja em custos, resultados já obtidos,impactos políticos e sociais nas diversas regiões,entendimento de outros custos não agregados àqueles que são os costumeiros, como por exemplo as fortes alianças e as mudanças de mentalidade das regiões que terminam por reduzir as pressões sobre a empresa e por ai vai

Processos de concorrência para contratos da Newco

Destacamos um trecho da última parte do e-mail, em que o presidente faz afirmações estarrecedoras. Para ele, os atuais “colaboradores” devem ser demitidos e terceirizados, porque dessa forma não ocuparão lugar nos ônibus, nem nos restaurantes, não terão um segmento de carreira e nem fundo de pensão. Ele quer economia até nos exames médicos:

 

Dentro da rapidez necessária das atividades de captura de sinergias existem novas contratações de atividades para alcançarem esta captura. Suprimentos têm coletado as sugestões de escopo para fazer as concorrências que por sua vez são cotadas e apresentadas para uma decisão final dos diretores com base de preços. Pela rapidez com que precisamos obter resultados, me parece que estamos no bom caminho. Nas à medida que estes 20% que atingem os 80% dos resultados já foram obtidos, me parece que a partir de agora devemos envolver mais de perto os dois diretores operacionais, para eles verificarem se estão sendo discutidos os aspectos inovadores das atividades (redesenhos, novos escopos, etc, etc. ), duração, critérios para aproveitamento ou não dos fornecedores locais, critérios da primarização versus terceirização, formas de controle e penalidades, etc. Penso que é ai que vamos obter o algo mais de segunda e terceira onda, pois apenas apertar nos preços já vai se esgotar. Como dito, temos de pensar em novas formas de fazer as coisas para reduzir quadro próprio,pois cada pessoa própria em geral ganha mais que as nossas, exigirá mais gente no nível de gestão, tem fundo de pensão, tem benefícios maiores que os terceiros,ocupa lugares em ônibus,nos restaurantes,nos check-ups,etc, etc. e na hora de reduzir quadros dificulta a vida,especialmente se a Dilma for eleita e ai poderemos ter mais 8 anos de PT com adesão à OIT e com mil dificuldades para se reduzir uma pessoa que seja,como é lá na Europa.

                                                                     

Perdas de direitos e benefícios confirmam e-mail

No último ano, os trabalhadores/as já perderam o fundo de pensão - Arus, o plano de saúde e seguro de vida integrais; as gratificações por tempo de serviço, o abono de férias de 40% e a aposentadoria vitalícia.

Seguindo, vão perder a PLR que será substituída pelo PPR, o que dificultará ainda mais o ganho deste benefício.

Por último o presidente da Fibria mostra-se como a maioria dos executivos brasileiros, preocupado com a eleição da Dilma Roussef e ameaça do PT ficar mais oito anos no poder. Carlos Lira alerta para o perigo da ratificação das Convenções da OIT, 151 e 158, que protegeriam o trabalho da exploração capitalista e de administradores como ele.

O Lucro Admirado

O lucro admirado é outra afirmação do presidente da Fibria no documento. Esse lucro admirado explicado no jornal da empresa Vital. Segundo o presidente, o lucro admirado não inclui benefícios aos empregados, aos colaboradores. A empresa quer que a sociedade a admire vendo seu lucro como justa paga por tudo de bom que a Aracruz/Fibria faz a essa sociedade.

 

Os capitalistas agora querem ser aplaudidos por explorar os recursos naturais e os trabalhadores, poluir o meio ambiente e por lucrarem, vejam !

 

Carlos Lira não mede palavriado para exigir as mudanças. Ele não escreve, porém, as benesses do atual governo Lula à empresas com a Fibria, que recebeu R$ 6 bilhões do BNDES (dinheiro do FAT, portanto dos trabalhadores), sem ter que cumprir nenhuma contrapartida social. Esse executivo quer criar uma sub-raça, tornando a vida dos trabalhadores ainda mais precária.

 

Quer ler o e-mail completo? Acesse http://www.sinticel.org.br/informativos/e-mail-carlos-lira-aguiar.pdf

 

Tania Trento

Jornalista do Sinticel

Reg. MTE 341/1986


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