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UPP do Santa Marta, zona sul do Rio, invade festa e agride morador
Foi de uma forma nada pacificadora que o rapper Emerson Claudio
Nascimento, conhecido como Mc Fiell, disse ter sido retirado do Morro
Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, onde mora, no último fim-de-semana, dia 21/05. “Me arrastaram, me espancaram, tomei soco, tapa na
cara”, conta ele que, depois de fazer exame de corpo de delito,
pretende ir à delegacia do bairro nesta segunda-feira (24) para
denunciar a agressão.
Ele já esteve lá na madrugada, quando foi levado pelos
policiais dentro de um camburão da Polícia Militar acusado de desacato a
autoridade. “Não me deixaram nem pegar meus documentos. Minha esposa,
que estava indo à delegacia como minha acompanhante, quando chegou lá
também foi autuada por desacato sem ter feito nada. A gente não quer ser
reprimido nem pelo tráfico nem pela polícia”, desabafou o rapper.
Procurada pelo G1, a Polícia Militar disse, em
nota, que as investigações estão a cargo da Polícia Civil e que, “caso
as acusações sejam comprovadas, os policiais militares serão submetidos
aos rigores da lei”.
Polícias interroperam festa dos moradores Segundo Fiell, a confusão começou
quando, às 21h de sexta (21), policiais apareceram no bar de seu sogro,
onde acontece um pagode todo fim de semana. “Isso não é novidade no
Santa Marta. O bar existe há mais de 15 anos. Eles entraram e avisaram
que se o evento passasse das 2h, eles iam apreender o material e prender
os proprietários”, conta.
Ele afirma ainda que, por volta das 1h55, 12 policiais entraram no
local “metendo as mãos nas tomadas, desligando tudo, invadindo o local”.
Foi então, lembra Fiell, que ele pegou um microfone que ainda estava
ligado e começou a ler a lei do silêncio, reiterando que em vez de
pedirem para abaixar o som, os policiais não queriam nem conversar e
estavam desligando tudo, citando o comando da Unidade de Polícia
Pacificadora no local. “Depois que falei isso, me deram voz de prisão,
me arrastaram de cima do palco e começaram a me espancar.”
UPP ironiza cartilha sobre abordagem policial Ironia ou não,
Fiell é um dos autores da Cartilha de Abordagem Policial, lançada na
comunidade, com o apoio da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, da
Ordem dos Advogados do Brasil, no Rio, e Ministério Público. “Depois disso, a gente não tem mais sossego aqui. Virou
perseguição. Enquanto me espancavam, os policiais falavam: ‘cadê a
cartilha pra garantir alguma coisa pra você’. Não adiantou mesmo,
porque, quando a polícia quer, ela viola a lei”, diz ele.
[Fonte: G1]
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