Notíci@Sintuperj - Como surgiu a ideia para a primeira edição?
Claudia Santiago - Quando trabalhei na CUT-RJ editei, ininterruptamente, o boletim eletrônico diário, o Rápido. Foi o primeiro boletim sindical eletrônico diário. Me ajudava muito, na edição, os diversos boletins eletrônicos que recebia de todo o país. O do Sintuperj não chegava, porque não havia. E eu ficava incomodada em como um sindicato do porte do Sintuperj, com grande parte da categoria ligada à internet, não produzia algo do tipo. Quando fui contratada pelo Sindicato, propus à diretoria que aceitou prontamente e passou a colaborar fornecendo informações sobre a categoria e sobre o dia-a-dia nos diversos setores da universidade. A disposição dos então estagiários Arthur William e Jéssica Santos deram o tom.
Notíci@Sintuperj -Qual era o propósito e como foi o processo de construção?
Claudia Santiago - O própósito é ter um instrumento ágil com uma pauta ampla. Uma pauta que dispute as ideias na sociedade e que combata ideias que são contrárias aos interesses da maioria do povo. Ao mesmo tempo é um instrumento ligado umbilicalmente aos servidores da Uerj. Que trate desde o trabalho mais simples exercido no Hupe, as condições em que este trabalho se realizam. Um boletim que fale do trabalho na marcenaria, na gráfica, na biblioteca. Partindo do local de trabalho, vamos reportar a vida nos campi e também na UENF. É importante que os trabalhadores da limpeza saibam o que acontecem em São Gonçalo. E que S. Gonçalo esteja por dentro do que ocorre do Colégio de Aplicação. Assim, seguimos defnindo as seções: notícias da UERJ, notícicas do Sintuperl.
Notíci@Sintuperj -Hoje, o Boletim completa 100 edições. Que avanços você identifica?
Claudia Santiago - Meio estranho dizer isso porque é autoelogio, mas vou dizer porque a gente precisa ser sincero quando fazemos coisas boas e ruins. Eu acho o boletim do Sintuperj fantástico. Tenho vários filhotes pelo Brasil. Este, sem dúvida, é aquele de que mais me orgulho. Eu me emociono toda semana quando chega o boletim. O avanço que identifico desde que foi criado é no uso de imagens, muito mais amplo, e na cobertura da vida, dos movimentos sociais. Está cada vez melhor.
Notíci@Sintuperj -E como este instrumento pode influenciar no processo de disputa de hegemonia da sociedade?
Claudia Santiago - A ideia é exatamente esta. Quando se sai do umbigo da categoria e passa a tratar os trabalhadores da categoria como membros de uma classe, aí se faz a disputa. A imprensa sindical não precisa ficar cuidando do seu umbigo. O que acontece na Mangueira afeta a vida dos trabalhadores na UERJ, a tarifa de transportes também, a remoção de moradores também, a contenção de encostas também. Então, pensamos uma pauta que seja ampla e que trate dos movimentos sociais, dos outros sindicatos e que tenha notícias relacionadas aos trabalhadores no Brasil e no mundo. Afinal, a classe trabalhadora é internacional. Uma pauta que trate da cultura, da história da memória. Uma pauta que faça a hegemonia.