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Após leilão da usina Belo Monte, indígenas não paralisam as manifestações
Dois dias após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizar o leilão da concessão para construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, povos indígenas da região do Xingu iniciam novos protestos. Em São José do Xingu, no Mato Grosso, indígenas Kayapó paralisaram a travessia de balsa que liga a cidade a outros municípios do estado e também do Pará. Eles já haviam informado ao coordenador substituto da Fundação Nacional do Índio (Funai) que paralisariam as balsas por tempo indeterminado se o leilão de fato ocorresse. Eles afirmam em documento que o governo não respeita os direitos dos índios e quer leiloar Belo Monte de qualquer maneira. "Nós indígenas respeitamos os brancos, mas os brancos não querem nos respeitar", dizem na carta. Esta não é a única manifestação a se realizar pelos povos do Xingu. Mais de 25 famílias indígenas do povo Xikrin estão se encaminhando para a ilha denominada sítio Pimental, onde será construído o paredão da barragem da hidrelétrica de Belo Monte. Um ônibus com indígenas também deve sair hoje de Altamira e se encaminhar para o local.
Semana do índio
Em carta publicada pelo Valor Econômico, os indígenas se colocam contra a usina. "Não aceitamos a hidrelétrica de Belo Monte porque entendemos que ela só vai trazer mais destruição para nossa região. Não estamos pensando só no local onde querem construir a barragem, mas em toda a destruição que a ela pode trazer no futuro: mais empresas, mais fazendas, mais invasões de terra, mais conflitos e mais barragem depois. Do jeito que o homem branco está fazendo, tudo será destruído muito rápido. Nós perguntamos: o que mais o governo quer? Pra que mais energia com tanta destruição?", declaram.
Fonte: CIMI
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