Trabalhadores precisam ter a sua comunicação, diz Stédile
Militante do mais influente movimento social do país, João Pedro Stédile participou, no dia 23 de janeiro, do Bar Aparelho, espaço cultural do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro. A conversa girou em torno de diversos temas da atual conjuntura. A comunicação, um dos calcanhares de Aquiles da esquerda brasileira, foi um deles. “Quantas editoras tinha o Partido Comunista, quantos jornais? Hoje, quantas editoras a esquerda tem no Brasil? Umas e outras, talvez, que se dizem de esquerda e, no fundo, no fundo, querem ganhar dinheiro, porque aplicam os critérios da burguesia. Os treze centavos por página e, aí, qualquer livrinho do Marx custa R$ 50. Como é que a classe trabalhadora vai comprar?” Para Stédile, os movimentos devem elevar à categoria de prioridade a construção de sua própria mídia, sem esquecer, é claro, dos avanços tecnológicos, utilizando todos os recursos do rádio, da internet e da televisão. “Aqui no Brasil, inventamos essa engenharia fantástica: nos iludimos com os artiguinhos que um ou outro de nós escreve na Folha de S. Paulo. Isso pode até servir para uma luta ideológica com a burguesia, mas não forma nossos militantes. Serve muito mais para nossa vaidade pessoal. Mas isso um bom psicólogo também resolve, não precisa escrever na Folha”, disse. Na ocasião, um grupo de jornalistas do Rio de Janeiro lançou um abaixo-assinado. Leia o texto abaixo. (Por Ana Manuela Soares)
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