[Por Katarine Flor- Agência Pulsar] Na manhã desta terça-feira, (23/3) no Fórum Social Urbano, durante a mesa Criminalização da Pobreza e Violências Urbanas a debatedora Patricia Oliveira lembrou dos onze jovens que foram levados à força por policiais em Magé, no Rio de Janeiro.
O caso ocorreu em julho de 1990 e até hoje nem eles ou os corpos foram encontrados. Apesar dos indícios que apontam para a participação de policiais militares e civís no sequestro, o inquérito não foi concluído e ninguém foi denunciado pela polícia.
Patrícia Oliveira, da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência afirmou que as Mães de Acari, e tantas outras que perderam seus filhos pela violência policial, querem que os casos não sejam arquivados. Elas exigem uma resposta do poder público.
Patrícia afirma que quando as vítimas da violência policial são ricos a situação é diferente. Ela lembrou do caso recente da chinesa Ye Goue, sequestrada por policiais quando foi trocar dólares em uma casa de câmbio. Diferente do caso dos onze jovens pobres de Acari, os policiais foram condenados a 12 anos de prisão por ocultação de cadáveres. Outro caso é o da engenheira Patricia Amieiro, que sumiu no Recreio dos Bandeirantes. Os policiais foram indiciados. O advogado João Tancredo afirmou que a polícia não tem interesse em investigar crimes contra pobres. E conclui que a polícia serve hoje para assegurar uma política de extermínio.