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Livro avalia o triste legado da ditadura militar na vida social brasileira de hoje
“Quem controla o passado, controla o futuro.” (George Orwell, 1984)
A frase acima serve de epígrafe ao livro O que resta da ditadura: a exceção brasileira, que será lançado em março pela Boitempo Editorial. Organizada
por Edson Teles e Vladimir Safatle, a obra reúne uma série de ensaios
que apresentam o legado deixado pelo regime militar na estrutura
jurídica, nas práticas políticas, na literatura, na violência
institucionalizada e em outras esferas da vida social brasileira. Fruto de um seminário realizado na Universidade de São Paulo (USP),
em 2008, o livro reúne textos de escritores e intelectuais como Maria
Rita Kehl, Jaime Ginzburg, Paulo Arantes e Ricardo Lísias. Por isso o livro ainda possui um caráter de resistência à lógica de
negação difundida por aqueles que buscam hoje ocultar o passado ao abrandar, amenizar ou simplesmente esquecer este
período da história brasileira.
Os artigos mostram, por exemplo, que as práticas de tortura em prisões brasileiras aumentaram em relação aos
casos de tortura na ditadura militar; o Brasil é o
único país sul-americano onde não houve justiça de transição e os torturadores nunca foram julgados; ouvimos, ainda, oficiais na
ativa e na reserva fazerem elogios inacreditáveis à ditadura militar; 25 anos após o fim da ditadura convive-se ainda com o
ocultamento de cadáveres dos que morreram nas mãos das Forças
Armadas; e outros fatores enumerados.
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