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Encontro discute políticas culturais referentes aos povos guarani da América do Sul
Por Spensy
Pimentel/ Brasil de Fato
Fica,
desde já, como marco histórico o Encontro dos Povos Guarani da
América do Sul durante
a última semana, na Terra Indígena Tekoha Añetete, em Diamante
D’Oeste, estado do Paraná. Os centenas de participantes indígenas estavam encantados com a beleza da
reunião de tanta gente com fala, gestos e hábitos tão próximos,
mas tão afastados no tempo e no espaço – principalmente devido à
violência da colonização nos últimos séculos.
A pauta oficial do
encontro terminou praticamente reduzida a questões ligadas à área
da “cultura”, já que num mundo como o guarani, a “cultura” está estreitamente vinculada a temas como terra, saúde e educação. O evento culminou no lançamento
de uma carta de reivindicações, recebida pelos ministros de Cultura
do Brasil, Juca Ferreira, e do Paraguai, Ticio Escobar. O documento pede a criação de uma Secretaria Especial de Representação
do Povo Guarani, vinculado ao Mercosul Cultural, com integrantes
escolhidos pelos próprios indígenas. Também pede um debate permanente sobre os seus direitos, com a
realização de encontros regulares dos povos Guarani brasileiros, paraguaios, argentinos e bolivianos. De forma sintética, ainda são reivindicadas políticas
públicas para gestão territorial, saúde, educação e comunicação,
entre outros, além de combate ao preconceito e violência contra os
indígenas.
Para
vários dos participantes, a carta, ainda que limitada em seus temas,
já representa uma vitória, dada a histórica dificuldade na relação
dos povos indígenas com os Estados nacionais da região. Já para
representantes dos Guarani da Bolívia e do Paraguai, onde os povos indígenas têm maior tradição de participação e organização como movimento social, faltou
“política” no evento. Confira a cobertura completa do jornal Brasil de Fato.
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