NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação

Por Hamilton Octavio de Souza*

Alguns jornalistas blogueiros, que trabalham ou trabalharam até recentemente para a grande mídia liberal-burguesa, procuram "vender" a imagem de que seus blogs são "independentes", "progressistas", e não seguem as posições conservadoras e de direita da imprensa empresarial. Esses blogs formam hoje uma espécie de base midiática de direita do governo Lula, que é muito parecida com a base parlamentar de sustentação do governo Lula, integrada por malufistas, petebistas e grupos políticos de Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Collor de Mello etc.
Esses blogueiros criam um campo "difuso" de informações e posicionamentos para amplos setores da sociedade; chegam a confundir inclusive setores das esquerdas - na medida em que criticam os jornalistas e veículos mais reacionários da grande imprensa, defendem determinados aspectos do "desenvolvimentismo" do governo Lula ligados aos setores produtivos e estão empenhados na campanha eleitoral de Dilma Roussef contra a grande mídia tucana. Escondem as suas ligações com redes de TV e com a Fiesp.
No entanto, as máscaras desses blogs caem quando os trabalhadores e os movimentos sociais são atacados e criminalizados pelos poderes mais conservadores do País.Nos casos concretos das prisões de militantes do MST, em Iaras e em Santa Catarina, esses blogs silenciaram ou reproduziram matérias da grande imprensa liberal-burguesa. Não veicularam as notas distribuídas pela direção do MST e nem artigos defendendo os trabalhadores e as liberdades democráticas. Jamais denunciam a criminalização dos movimentos sociais.
Existem, evidentemente, muitos outros exemplos que mostram que a tal "independência" jornalística desses blogs é falsa, esconde filiações e patrocínios ocultos dos leitores; eles praticam o chamado jornalismo "chapa-branca", na medida em que defendem ações governamentais que interessam ao capital privado, e reafirmam princípios e valores do capitalismo. Não têm nada a ver com as posições das esquerdas, com as transformações sociais e a construção do socialismo, e muito menos com a prática de um jornalismo realmente comprometido com as lutas dos trabalhadores por um Brasil mais justo e mais igualitário.