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A Revolução Bolivariana e a paz
Por Fidel Castro/ Caros Amigos
A Revolução na Venezuela encara problemas completamente novos que não existiam quando, há 50 anos, triunfou a Revolução em Cuba.
O
tráfico de drogas, o crime organizado, a violência social e o
paramilitarismo mal existiam. Nos Estados Unidos ainda não havia
surgido o enorme mercado atual de drogas que a sociedade de consumo
criou naquele país. Para a Revolução, não significou um grande problema
combater o tráfico de drogas em Cuba e impedir sua produção e consumo
internos.
Para
o México, a América Central e a América do Sul, estes flagelos
significam hoje uma crescente tragédia longe de ser ultrapassada. Ao
intercâmbio desigual, ao protecionismo e ao saque de seus recursos
naturais, somaram-se o tráfico de drogas e a violência do crime
organizado que o subdesenvolvimento e o gigantesco mercado de drogas
dos Estados Unidos criaram nas sociedades latino-americanas. A
incapacidade daquele país imperial para impedir o tráfico e o consumo
de drogas deu lugar em muitas partes ao cultivo de plantas, cujos
valores como matérias-primas para as drogas ultrapassavam muitas vezes
os dos demais produtos agrícolas.
Os paramilitares da Colômbia constituem hoje a primeira tropa de choque do imperialismo para combater a Revolução Bolivariana. Precisamente
por sua origem militar, Chávez sabe que a luta contra o narcotráfico é
um pretexto vulgar dos Estados Unidos para justificar um acordo militar
que responde inteiramente à concepção estratégica desse país, para
estender seu domínio do mundo.
As
bases aéreas e a impunidade total dada pela Colômbia a militares e
civis ianques no seu território não têm nada a ver com o combate às
drogas. Este é hoje um problema mundial; estende-se não apenas pela
América do Sul, mas também pela África e por outras áreas. No
Afeganistão já reina, apesar da presença em massa das tropas ianques.
A
droga não deve ser um pretexto para instalar bases, invadir países e
levar a violência, a guerra e o saque aos países do Terceiro Mundo. É o
pior ambiente para criar virtudes cidadãs e levar educação, saúde e
desenvolvimento a outros povos.
Enganam-se
os que acreditam que dividindo colombianos e venezuelanos terão sucesso
em seus planos contrarrevolucionários. Muitos dos melhores e mais
humildes trabalhadores da Venezuela são colombianos e a Revolução lhes
deu educação, saúde, emprego, direito à cidadania e outros benefícios
para eles e seus entes mais queridos. Todos eles juntos, venezuelanos e
colombianos, defenderão a grande Pátria do Libertador da América;
juntos lutarão pela liberdade e pela paz. Os
milhares de médicos, educadores e outros cooperadores cubanos que
cumprem seus deveres internacionalistas na Venezuela estarão junto a
eles! Fidel Castro Ruz é ex-presidente de Cuba
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