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Estado brasileiro pede perdão a Paulo Freire
Por Raquel Júnia/ Fazendo Media
“Hoje, Paulo, você pode descansar em paz. Sua cidadania plena sem
vazios e sem lacunas foi restituída como você queria. Tome, Paulo, o
diploma é seu”. Com essas palavras, a viúva de Paulo Freire, Ana Maria
Freire, emocionou os cerca de três mil presentes na sessão de julgamento do pedido
de anistia política ao educador. A sessão foi nesta quinta-feira, 26/11. A cerimônia fez parte da programação do Fórum Mundial de Educação
Profissional e Tecnológica. A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça declarou por
unanimidade Paulo Freire como anistiado. Também concedeu à viúva uma reparação financeira de 100 mil reais pelos danos que a ditadura
causou ao professor. O relator do processo, o advogado Edson Pistori, narrou aos
presentes a trajetória de Freire e a repressão que sofreu desde que a
ditadura foi instaurada. Com o Ato Institucional nº 1, editado ainda no
ano de 1964, o professor foi obrigado a abandonar as funções que
exercia na então Universidade de Recife, hoje Universidade Federal de
Pernambuco, já que foi aposentado compulsoriamente pelo regime. O trabalho de alfabetização de jovens e adultos, que Paulo Freire
desenvolvia junto ao Ministério da Educação do Governo João Goulart,
também foi interrompido. O educador passou 70 dias na prisão e, em
seguida, foi obrigado a fugir para o exílio. Durante 16 anos, Freire teve que viver longe de sua terra, o que, segundo Ana Maria Freire, foi
uma grande dificuldade para ele. O educador só pôde voltar ao Brasil
em 1980. Ana Maria considera, inclusive, que o sofrimento pelo qual
passou no exílio foi um dos motivos que causaram sua morte, em 1997.
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