Menu NPC
 
 Conheça o NPC
 Quem somos
 O que queremos
 O que fazemos
 Equipe
 Fotos do NPC
 Fale conosco
 Serviços do NPC
 Cursos
 Palestras
 Agenda
 Clipping Alternativo
 Publicações
 Livros
 Cartilhas
 Apostilas
 Agendas Anuais
 Nossos Jornais
 Dicas do NPC
 Dicionário de Politiquês
 Leituras
 Documentos
 Músicas
 Links
 
 
M%EDdia
15 anos de Curso do NPC: há estranho cheiro de esperança no ar?

O Curso Anual de Comunicação do Núcleo Piratininga (NPC), organização com sede do Rio de Janeiro, celebrou a sua 15ª edição entre os dias 11 a 15 de novembro. A longevidade contraria uma rotina que marca as iniciativas na trincheira popular de comunicação: a descontinuidade. 
A comunhão do NPC além da excelência no debate, que aproxima sindicatos e acadêmicos de setores de base dos/as trabalhadores/as e da sociedade em geral, oxigena o cérebro e a alma. Constitui-se num grande afago em tempos marcados pela incerteza. Em dias onde o ar se encontra inebriado de ações contra as mobilizações políticas das lutas populares, no campo e na cidade. É revolucionário em essência, posto o amor que emana.

Ossos antigos emergem em várias mesas. Como o amadorismo em que o campo democrático ainda trata o assunto comunicação. Não o percebendo como uma ferramenta estratégica na disputa do universo simbólico. Ainda mais quando as mídias ocupam o centro de gravidade na disputa pelo poder. Algum dia foi diferente?

A América Latina é a esperança?
Mas, há cheiro de pólvora no cenário latino-americano ao fazer ranger as folhas dos jornais entre as pálpebras piscantes. A própria iniciativa da realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), assim indica. Ainda que somente realizada ao apagar das luzes da segunda administração Lula. Todos sabem que tardou. Saiu a fórceps?
O jornalista Altamiro Borges costuma advogar que somente pelo caráter pedagógico em mobilizar milhares de brasileiros/as nos mais diferentes rincões em torno da realização da Confecom, o evento já valeu como uma grande vitória contra os barões da mídia do país. Ainda mais quando um tsunami os ameaça. O setor padece pelo refluxo da credibilidade, a ameaça das novas tecnologias e uma nova conformação política na América Latina.  
Nada contradiz com tanto vigor a democracia e a República do que a estrutura de monopólio que é os meios de comunicação no continente. E nada é mais silenciado que isso. O patronato do setor enquanto silencia sobre a Confecom no Brasil, elege os seus adversários. Isso ocorreu pela passagem da 65ª reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Não à toa realizada em Buenos Aires, agora em novembro.
As destacadas ameaças são os governos progressistas, entre eles Bolívia, Equador e Venezuela. E mesmo algumas iniciativas que buscam inverter as verbas publicitárias para as iniciativas populares e a revisão de marcos regulatórios. Estão na mira de editoriais e de matérias orientadas pela parcialidade a nova legislação argentina e a sinalização favorável às rádios comunitárias no Uruguai e Chile.
A SIP foi presidida por Enrique Santos, irmão do presidente da Colômbia, Uribe. Santos é acusado de vários assassinatos. E é no mesmo país onde mais se executam dirigentes sindicais e jornalistas. Borges esclarece que o papel da mídia no continente sempre foi exacerbado, chegando mesmo a patrocinar golpes de Estado.
Ratifica a afirmação ao citar o exemplo do Chile, e lembra que o enredo contra Allende foi erguido a partir da mídia, que endossou a truculência de Pinochet. Na cena do continente a mídia sempre teve um papel de oposição em relação às lutas populares. E quando do aceno das políticas neoliberais, amplificou os interesses das grandes corporações, dispara Borges. Amparado em Gramsci o jornalista analisa que a mídia hoje é o principal partido da direita.

A insurreição dos de baixo
O Uruguai e a Argentina têm sido os exemplos mais recorrentes nas análises sobre a busca pelo rompimento da estrutura de monopólio e oligopólio da mídia.

A iniciativa do Uruguai é celebrada como a mais interessante e corajosa no contexto da radiodifusão comunitária. Além de inclinação para as ações comunitárias o governo tem construído redes públicas e estatais, no sentido de equilibrar a hipertrofia do poder da iniciativa privada.  
No caso argentino, tenta-se rever a estrutura cruzada dos meios de comunicação, onde a mesma família ou grupo controla TV´s abertas e pagas, periódicos, emissoras de rádios AM e FM e portais na rede mundial de computadores. É contra tais indicações que a mídia privada dispara, alegando ameaça à liberdade de expressão.
Os barões estão contrariados ainda pelo fato de que, na Nicarágua, Ortega tem suspendido a isenção fiscal para a compra de papel para a imprensa local e a repartição das verbas públicas, informa o professor Dênis de Moraes.  
O professor adverte que no caso brasileiro, no governo Lula, não houve uma distensão com relação à grande mídia, que ainda abocanha 92% da verba pública para a publicidade. Quase dois bilhões por ano. Na contramão celebra a iniciativa do ex-ministro Gilberto Gil, com a política de audiovisual. Mas, alerta que não há uma proposição de política para a comunicação.
Para o autor de livros sobre o contexto político da comunicação no país é necessário fazer alterações estruturais. Não apenas estabelecer novos marcos regulatórios e revisar a distribuição das verbas públicas.

Saudações

Os ventos dos cursos do NPC nos oxigenam os pulmões e inebriam a alma. Afagam o coração e inquietam os neurônios. A bancada é democrática. Fala o povo da Maré. O negro que escapou do açoite da senzala e que se encontra oprimido na miséria da favela. E que rotineiramente tem as execuções de jovens banalizadas nos mais diferentes noticiários. Fala o povo sem terra. Fala a mulher, o jovem e o idoso.
Não se realiza uma viagem em mares tortuosos sem a soma de inúmeros braços e espíritos combativos. Sem a alegria de um samba. Sem celebrar a vida, a solidariedade e o amor em seu mais elevado grau. 
Cláudia Santiago e Vito Giannoti encaram o combate em realizar a cada ano o encontro. Em torno do casal outros agentes endossam a iniciativa. Não sei quantos. Destaco o sempre sorridente Augusto, a Katarine e a Sheila. Tem o Mário, a Kátia e o Régis. É certo que há mais gente.
A partir destes estendemos a nossa admiração, solidariedade e respeito a todos/as que ao longo de mais de uma década fazem o Curso do NPC uma ato político da maior importância. Mas, que político, um ato de generosidade e amor.
Quem sabe ano que vem a gente se encontra? Tomara.....

*Rogério Almeida é colaborador da rede www.forumcarajas.org.br, articulista do IBASE e Ecodebate. Anima o blog http://www.rogerioalmeidafuro.blogspot.com/. O singelo texto teve as críticas, observações e apoio afetivo de Najla Passos, Márcia Andreola e Laudenice Oliveira.


Núcleo Piratininga de ComunicaçãoVoltar Topo Imprimir Imprimir
 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge