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Ex-ditador argentino é julgado por crimes contra Direitos Humanos
O general Reynaldo Bignone, de 81
anos, último ditador argentino entre 1982 e 1983, sentou-se nesta segunda-feira, 2/11,
no banco dos réus. Ele foi submetido a julgamento oral
por crimes contra os direitos humanos. Bignone, que cumpre prisão domiciliar, é
acusado de práticas de sequestro e torturas contra 56 vítimas. Esses atos teriam ocorrido nos
centros clandestinos de detenção conhecidos como La casita e El campito que
funcionaram no quartel militar de Campo de Mayo, na periferia oeste de Buenos
Aires. Em relação a
ele pesam ainda outras causas: uma por roubo de filhos de
desaparecidos, e outra por sequestros e torturas a médicos e enfermeiros de um
hospital da periferia oeste de Buenos Aires. O militar assumiu a presidência de fato durante a ditadura
(1976-1983), em julho de 1982, na agonia do regime cívico-militar, depois de
perder a guerra das Malvinas (Falklands) contra o Reino Unido. O
acusado entregou o poder em dezembro de 1983 ao falecido ex-presidente social
democrata Raúl Alfonsín (1983-89), eleito nas urnas. Na Argentina há 204 causas abertas por violações aos direitos
humanos durante a ditadura. Estão sendo julgados 526 repressores. Destes, 385 se encontram detidos. Durante a ditadura argentina, umas 30 mil pessoas desapareceram, e 500 bebês nascidos durante o cativeiro de suas mães foram
roubados. 97 já recuperaram sua verdadeira identidade, segundo
organizações de direitos humanos.
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