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Jovens lançam jornal em Arraial do Cabo

Jornal O Cabistão, com tiragem de 4 mil exemplares, já está na 3ª edição

Há 50 anos, o cineasta Paulo Cesar Saraceni filmou Arraial do Cabo. O filme ficou conhecido no mundo todo e lançou o movimento Cinema Novo. Se a população da cidade ainda não sabia do fato, agora já sabe. Informações como esta, que dizem respeito à Arraial, estão sendo divulgadas no jornal O Cabistão.

Do nome do jornal aos temas das reportagens e artigos, tudo foi escolhido por jovens da cidade. O Cabistão é o resultado de um curso de Comunicação Comunitária oferecido a 60 jovens pelo Projeto Ressurgência. Para a coordenação do curso e realização das aulas, foi feita uma parceria com o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).

"Nossa cidade precisa discutir soluções para problemas que enfrentamos e o nosso jornal pode ajudar. Nas palavras do vigia Joaquim, o pescador que não é aposentado passa mal, não tem peixe. E aí? Como vamos fazer para solucionar o problema? O Cabistão não tem resposta pronta, mas quer contribuir para que a sociedade cabista reflita a respeito", diz o editorial da última edição de O Cabistão.

A 3ª edição do jornal será lançada no dia 25 de abril. Na ocasião, também será a formatura dos alunos e a festa de encerramento do curso. O evento será em praça pública e chamará a atenção dos moradores para a importância de se conhecer a Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo. "Venha conhecer a Reserva" é o nome da festa.

 
Jovens também produziram vídeos

E o peixe? é o nome de um documentário de 5 minutos produzido por Andrelle Mota, Claudio Mota, Israel Vianna, Izabelle Félix e Lorena Brites. No vídeo, moradores de Arraial do Cabo, como o pescador Joaquim Felix e o presidente da Associação da Reserva Extrativista Marinha, Eraldo Teixeira, falam sobre o problema da escassez da pesca em Arraial.  Este e outros cinco vídeos foram produzidos pelos alunos durante o curso.

Além de aulas sobre vídeo e jornal impresso, os alunos também tiveram noções teóricas e técnicas de rádio. As aulas de vídeo foram ministradas pelo professor Beto Novaes, diretor dos documentários Quadra Fechada, Migrantes e Expedito.

Foram dois dias de filmagens. Vários entrevistados da cidade escolhidos pelos alunos. Depois veio o processo de edição, quase todo feito por eles, com a ajuda do professor Arthur Willian.

O pescador José Carlos Cordeiro foi um dos personagens entrevistados por um grupo de alunos. As perguntas já tinham sido elaboradas pelo grupo, e coube ao aluno Tayron Carlos, menos tímido diante da câmera do que o restante do grupo, entrevistar o pescador. A história de José Carlos rendeu o filme História de Pescador. No vídeo, ele conta como pescava tubarões em Arraial do Cabo e fez questão de mostrar uma reportagem da antiga Revista Manchete, com as fotos dele.          

"No começo eu não gostava muito, mas durante o curso eu fui gostando pelos debates que aconteciam. Gostei muito também da aula de geografia, dos filmes que fizemos, e o mais importante: das amizades que eu fiz durante o curso", opina o aluno Tayron Carlos, um dos realizadores do filme História de Pescador.


Conhecer o mundo para falar de Arraial

As aulas do curso foram realizadas no Colégio Municipal Francisco Porto de Aguiar, no centro da cidade. Foi na aula do professor Reginaldo Moraes, titular do departamento de Ciências Sociais da Unicamp, que os alunos do curso puderam compreender o funcionamento do sistema financeiro mundial. Também conheceram a história da imprensa no Brasil na aula do professor Hamilton de Souza, chefe do departamento do curso de jornalismo da PUC de São Paulo. Os dois professores foram convidados pelo Núcleo Piratininga para ministrarem aulas em Arraial.

A bióloga Anita Mureb também foi uma das professoras do curso. Anita explicou aos alunos sobre o fenômeno da Ressurgência, típico nos mares de Arraial, e também sobre a Reserva Extrativista Marinha.

Foram essas e outras aulas que embasaram os alunos para escolherem as pautas dos jornais e também os temas dos vídeos. A Reserva Extrativista Marinha foi um tema bastante discutido no curso.

"Achamos que o curso de comunicação não deveria capacitar os jovens cabistas para simplesmente reproduzir o modelo da comunicação tradicional. Por isso achamos que tão importante quanto a técnica são as aulas teóricas. E nelas foram incluídas tanto as que oferecem um conhecimento local, como a história e a geografia da cidade, e aquelas que trabalham a visão de mundo, como a história da luta dos trabalhadores e a conjuntura política do Brasil, entre outras. Também procuramos refletir com eles a situação da própria comunicação no país, para que eles pudessem entendê-la como um direito humano e instrumento voltado para as transformações sociais", explica uma das organizadoras das aulas, Sheila Jacob.


Por todas as ruas de Arraial

As apurações das reportagens fora das salas de aula fizeram com que os alunos conhecessem melhor a cidade. Já na primeira edição de O Cabistão, eles saíram para escrever sobre a gastronomia cabista. Visitaram os restaurantes, anotaram preços e tipos de pratos.

Os alunos não ficaram de fora do debate eleitoral da cidade, um dos primeiros exercícios foi acompanhar a passeata dos candidatos à prefeitura local, em outubro do ano passado. Maria Antônia Casarões, uma das mais jovens alunas do curso, com 14 anos, conseguiu nesse dia entrevistar José Bonifácio e Andinho, os dois candidatos a prefeito. Orgulhosa, espalhou para todo o grupo a proeza.

Os alunos também entrevistaram pescadores, rendeiras, professores, comerciantes, mergulhadores, representantes do poder público e presidentes de associações. Acompanharam como é o dia a dia no cais da cidade.

"Ao sair verificamos a permanência de lixo em lugares inapropriados do cais e também a construção de um cercado de peixe, onde os pescadores poderão comercializar o pescado. O cais fica dentro do centro histórico de Arraial do Cabo e possui três piers: um para embarcações turísticas e os outros dois para embarcações pesqueiras", informaram os alunos em uma reportagem para O Cabistão.


Jornal precisa continuar

Ainda será feita junto aos alunos uma 4ª edição de O Cabistão. Após o encerramento do curso, no dia 25, será realizada ainda uma etapa de extensão para uma parte dos alunos interessada em continuar editando o jornal. Serão cinco aulas de aprofundamento da comunicação impressa, com exposições sobre redação, fotografia e diagramação. Durante esse período será feito mais um número da publicação.

Daí em diante é preciso buscar alternativas para que o jornal continue existindo. Já que até a 4ª edição será patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, que é o patrocinador do Projeto Ressurgência em Arraial do Cabo.

Nessa segunda etapa do curso os alunos, juntamente com os professores, pensarão nas possibilidade de manter o jornal.

"Foram aulas que com certeza brotaram frutos, no qual vamos usar para toda a vida. Um dos frutos foi o O Cabistão, e acho que não deveria acabar não, é um excelente jornal, e com força de vontade, com ajuda de alguns, dá pra continuar sim!", opina a aluna do curso Jéssica Barreto.


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 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge