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MEC realiza primeira audiência pública para rever diretrizes curriculares de jornalismo

Por Sheila Jacob

O Ministério da Educação (MEC) anunciou, no início deste ano, a formação de um grupo para avaliar e repensar as linhas pedagógicas do curso de jornalismo. Para isso, foi instituída uma Comissão de Especialistas no dia 12 de fevereiro, que tem 180 dias, a partir de então, para produzir um relatório. O texto será entregue ao Conselho Nacional de Educação (CNE).

Além da consulta, está prevista a realização de três audiências públicas para discutir o tema. A primeira já foi realizada, e ocorreu no dia 20 de março, no Palácio Capanema, Rio de Janeiro.

Segundo a professora de jornalismo da Universidade Federal Fluminense (UFF), Sylvia Moretzsohn, em artigo publicado no Observatório da Imprensa, o representante do MEC, Paulo Roberto Wollinger, causou um certo burburinho na abertura do encontrou. Ele afirmou que não estava em pauta, naquele dia, a separação de jornalismo da área de comunicação social – que é um dos principais pontos da discórdia atual.
 
Segundo Jean Oliveira, membro do coletivo regional de estudantes de comunicação do Rio de Janeiro, um dos motivos apresentados foi o fato de “a sociedade não reconhecer a profissão de comunicador social” – portanto já não existiria, e não haveria motivo para tratar do assunto. “De que sociedade ele está falando? Temos que tomar cuidado ao dizer algo em nome da sociedade. Nós, estudantes, acreditamos na existência e no reconhecimento do comunicador social perante a sociedade porque ele está capacitado a fazer o que nenhum jornalista consegue, que é a crítica das contradições sociais e da própria comunicação. Por isso defendemos a permanência do jornalismo como uma habilitação de comunicação”, disse Jean.

Sylvia Moretzsohn também questionou o argumento de Wollinger, já que nos currículos consta a formação em comunicação com habilitação em jornalismo.. Mas, para ela, essa não seria a discussão principal. A velha questão é, como lembra a professora, a oposição entre "academicistas" e "tecnicistas"; "comunicólogos" e "jornalistas", que não chegou a ser enfrentada na primeira audiência pública para discutir as diretrizes curriculares – e que, no entanto, é um dos temas principais do debate atual.

Outro tema que gerou polêmica na audiência foi a defesa, por parte do representante do MEC, da abertura indiscriminada de faculdades particulares, e a falta de questionamento da precarização do ensino e das universidades públicas. “Essa é a posição do Ministério: defende a democratização do ensino, mas sem pensar na qualidade dos cursos e no seu caráter público. A estratégia do Governo tem sido aumentar o ensino superior pela via privada”, disse Jean.

Vinícius Oliveira, coordenador geral da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação (Enecos), avalia que as universidades públicas recebem cada vez menos verbas. “Assim, teremos menos professores, menos pesquisa, quase nenhuma extensão e menos qualidade”. Para ele, as faculdades pagas, que oferecem uma melhor estrutura, na maioria das vezes oferecem um curso “voltado para o mercado, sem o mínimo de contestação acadêmica, com inexistência de pesquisa e sumiço da extensão”.

Outro fator questionado pelos estudantes foi em relação ao calendário previsto. O prazo, sendo curto, inviabilizaria uma discussão realmente horizontal e com toda a sociedade. “Criticamos o processo acelerado que essa comissão propõe. Deixa apenas até o dia 30 de março o espaço aberto para contribuições a cerca da discussão. Ora, como vamos mandar contribuições, se a comissão de especialistas ainda não fez nenhum pronunciamento ou documento oficial sobre quais serão as principais discussões nesse tocante?”, analisa Vinícius.

Para Jean, por um lado o encontro foi positivo por ter iniciado e aproximado alguns estudantes do debate. “Mas a comissão não se mostrou muito aberta para aceitar um adiamento do prazo de envio de propostas e a realização de audiências públicas para debater o texto final elaborado pela comissão, sugestões feitas por várias entidades presentes”, pondera.

Está prevista ainda a realização de mais duas audiências públicas: a segunda deverá ser no dia 24 de abril, em Recife, e a última no dia 18 de maio, em São Paulo. Após ouvir as contribuições, será produzido o documento oficial.


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 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge