Menu NPC
 
 Conheça o NPC
 Quem somos
 O que queremos
 O que fazemos
 Equipe
 Fotos do NPC
 Fale conosco
 Serviços do NPC
 Cursos
 Palestras
 Agenda
 Clipping Alternativo
 Publicações
 Livros
 Cartilhas
 Apostilas
 Agendas Anuais
 Nossos Jornais
 Dicas do NPC
 Dicionário de Politiquês
 Leituras
 Documentos
 Músicas
 Links
 
 
Por NPC
Geraldo Cândido: O senador do Rio é socialista. (01.99)

Entrevista: Geraldo Cândido. Metroviário e senador (PT-RJ)

O senador do Rio é socialista

O ex-diretor executivo da CUT/RJ, Geraldo Cândido, tomou posse no Senador no dia 8 de janeiro. O dirigente cutista - que já foi presidente da CUT Estadual - eleito na suplência de senador pelo PT fluminense, entra na vaga aberta com a ida de Benedita da Silva para o governo Garotinho.

Por Claudia Santiago

Do encontro de criação da CUT Rio de Janeiro, realizado em abril de 1984, participaram 311 delegados. Entre eles estava Geraldo Cândido, então presidente do Sindicato dos Metroviários. Naquele encontro Geraldo foi eleito o primeiro presidente da Central Única no Rio de Janeiro. Cargo que exerceu por três gestões.

Já se passaram quinze anos. A CUT/RJ tem até sede própria. Muitos chegaram. Outros se foram. Alguns abandonaram o barco por livre e espontânea vontade. Outros não tiveram opção. Entre estes últimos, a socióloga e fundadora da CUT e do PT no Rio de Janeiro, Isabel Picaluga.

É impossível falar de Geraldo sem lembrar de Isabel.

Os dois foram companheiros inseparáveis durante anos. Os filhos dela sabem disto. Tanto que ao ser informados que Geraldo tomaria posse no Senado, logo pensaram em um almoço em sua homenagem.

Se estivesse viva, Isabel, iria, de alguma forma, participar deste mandato. Acho que muitos, na CUT Rio de Janeiro, se sentem nesta situação.

O mandato do senador Geraldo Cândido pertence, em vários sentidos, à CUT Rio de Janeiro. Foi de lá que ele saiu, no início deste ano, para o Senado. Não há historiador que se atreva a contar a história da CUT/RJ sem antes passar por boas horas em entrevistas com o companheiro Geraldo.

Geraldo é metroviário e tem 58 anos. Milita no PT desde a sua fundação. Faz parte da direção da "Tendência Marxista", um dos grupos internos do Partido dos Trabalhadores.

O novo senador carioca orgulha-se em reafirmar, em suas conversas, a atualidade do marxismo. "Socialismo é a única sociedade justa, igualitária e humanitária", afirma.

"Brasil paga caro pela política de FHC", 
diz Geraldo

C - Senador, você assume seu mandato num período de grandes turbulências na economia brasileira. Como analisa a crise no Brasil?

Geraldo - Esta crise estava prevista. Discutíamos, quando ainda estava na direção da CUT/RJ, o risco de acontecer com a economia brasileira o mesmo que aconteceu com as economias mexicana e da Rússia. Este é um prenúncio de que o sistema capitalista está em decadência. Isto, apesar de muitos afirmarem ao contrário.

Apesar de muitos afirmarem que o socialismo acabou, que o marxismo está enterrado e que o neoliberalismo venceu. Agora vê-se que não é bem assim. A globalização da economia seria o coroação da grande vitória do sistema capitalista. O resultado é que o governo FHC queimou as nossas reservas econômicas, para tentar segurar a moeda. Esta crise era inevitável porque ela é inerente ao sistema capitalista. Estamos vivendo um momento muito parecido com a crise de 29 que levou à quebra da bolsa de Nova Iorque.

C - Na sua opinião, quais serão as conseqüências desta crise?

Geraldo - As piores possíveis. O desemprego é uma das piores chagas da sociedade. A tendência é que o desemprego aumente. Pode-se chegar, inclusive, a um caso de caos, de convulsão social. O Brasil está pagando um preço muito caro em função de uma política econômica que só favorece ao capital especulativo.

C - Que alternativas o PT propõe?

Geraldo - Uma das alternativas seria mudar o modelo econômico. Privilegiar o capital produtivo você vai gerar emprego e, conseqüentemente, melhorar as condições de vida da população. Mudar o modelo significa aumentar os salários dos trabalhadores. O Brasil precisa urgentemente de uma reforma agrária.

C - E a moratória da dívida externa seria uma solução?

Geraldo - O não pagamento da dívida externa fazia parte dos programas do PT e da CUT na época de sua fundação. Depois houve um certo recuo com relação a essa posição inicial. A proposta passou a ser a auditoria da dívida externa. Hoje, alguns setores partido do e da CUT estão sem posição definida. Nós, da esquerda da CUT e do PT continuamos defendendo nossa posição de não pagamento da dívida externa. Uma das forma de o Brasil sair desta crise é através da suspensão do pagamento da dívida externa. Esta dívida é uma sangria de nossas riquezas.

C - Ao propor a moratória você não teme que o país sofra algum tipo de retaliação do capital internacional?

Geraldo - Cuba é um pequeno país com 10 milhões de habitantes. Ela sobrevive há 40 anos a um cerco econômico. Se uma ilha, com poucos recursos naturais consegue sobreviver imagina um país como o Brasil, produtor de tudo quanto é tipo de matéria prima. Riquíssimo em recursos naturais.

C - Como a CUT deve agir nesta crise para conquistar as reivindicações que ela apresenta?

Geraldo - Assumindo para si a responsabilidade de dirigir a luta da classe trabalhadora.

C - Como será a relação do senador com a CUT?

Geraldo - Com uma grande interação não só com a CUT, mas com os movimento sociais no geral através de núcleos organizados por categorias, bairros ou regiões. Alguns assessores vão ter a tarefa específica de cuidar desta relação. Queremos total integração entre o mandato e os movimentos sociais.


Núcleo Piratininga de ComunicaçãoVoltar Topo Imprimir Imprimir
 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge