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Por NPC
Gigi Malabarba: "Nasce uma nova Central Sindical na Itália" (12.96)

 E    O L H O    N O   M U N D O

A procura de um novo sindicalismo

Nasce uma nova Central na Itália

No dia 9 de novembro, em Napoli, foi fundado o SinCobas

O SinCobas (Sindicato por categorias dos Comitês de Base) se propõe "a romper a política de concertação nacional praticada pelas tradicionais Centrais Italianas". Nesta entrevista realizada em Milão, no mês de outubro, o metalúrgico Gigi Malabarba, recebeu Conquista em sua casa, e falou sobre as idéias e planos desta nova Central.

Por Claudia Santiago

Conquista - Gigi, o que é o SINCOBAS?

Gigi - É uma organização sindical que estamos formando a partir dos Cobas e de delegados de base das centrais tradicionais. Seu principal objetivo é ser um instrumento para que os trabalhadores italianos recuperem uma prática sindical de independência de classe e democracia operária.

C - Por que não fazer isso dentro da CGIL, que é uma Central de esquerda, e que já agrupou a vanguarda operária mais combativa e madura de toda a Europa?

Gigi - Porque há um forte controle burocrático sobre as bases que não deixa possibilidade à CGIL para que ela volte a ser classsita, democrática e de base.

C - De onde vieram os Cobas?

Gigi - A palavra COBAS significa cômites de base. A sigla apareceu pela primeira vez em 1896 entre os trabalhadores da educação. Depois de espalhou entre os ferroviários. Foram organizações que desde a base prepararam as lutas que a direções das centrais se recusavam a fazer. Já em 1990, surge o primeiro Cobas na indústria, entre os metalúrgicos da Alfa Romeu de Arese, em Milão. Ali foi uma reação dos trabalhadores contra a burocratização das centrais, que já não consultavam a base sobre os acordos que faziam com as empresas e que indicavam de cima para baixo os representantes dos trabalhadores nas empresas. As centrais vinham se adaptando cada vez mais ao sistema no marco do avanço do neoliberalismo. Houve uma reação dos operários.

C

- Com que visão pensam construir uma nova direção para o movimento operário?

Gigi - Através da retomada do conflito a partir dos locais de trabalho. Essa á a condição para formar uma nova direção. Igualmente é necessário romper a política de pacto social que as centrais tradicionais tentam impor aos trabalhadores. E nesse terreno há uma total cumplicidade entre a Confederação das Indústrias e as centrais sindicais tradicionais.

C - Vocês propõe um grande projeto nacional de reconstrução do movimento operário.

Gigi - Sim, propomos um movimento capaz de agregar os trabalhadores em organismos unitários, a partir de base. Isso passa por mudar a legislação sindical que hoje concede às centrais tradicionais um papel nas negociações coletivas independente da vontade dos trabalhadores.

C - Fale um pouco do SinCobas hoje.

Gigi - O SINCOBAS se reconhece como uma Central que pretende levar adiante a herança do sonho sindical do começo dos anos 70. O sonho do "Sindicato dos Conselhos", em contraposição às grandes máquinas da grandes centrais sindicais tradicionais. E assume as palavras de ordem de "Solidariedade, Unidade e Democracia", de onde também deriva a sigla do sindicato de luta francês "SUD", na perspectiva de contrapor à Europa dos banqueiros e patrões, a Europa dos trabalhadores, e à globalização do capital, o internacionalismo dos trabalhadores.

C - Todos os comitês de base aderiram ao SinCobas?

Gigi - Não. A sigla Cobas reagrupa várias tendências. Um bloco é formado pelos que desconfiam de qualquer centralização. São próximos dos Centros Sociais, que são organizações autônomas de trabalhadores e moradores da grande cidade.

C - E os outros blocos?

Gigi - Estava também o Slai-Cobas, experiência a partir da qual setores com a preponderância dos metalúrgicos decidiram criar o SinCobas como uma organização mais ambiciosa que se capacitasse a reagrupar todos os trabalhadores que se opõem à orientação das centrais sindicais tradicionais. Nesse sentido, ao SinCobas somaram-se também trabalhadores e delegados de base das centrais tradicionais descontentes com os rumos das mesmas.

C - Quais as principais bandeiras de luta do SinCobas?

Gigi - Se referem à luta contra o ajuste estrutural que as empresas e o governo aplicam sobre os trabalhadores para adequar o país às exigências de Maastrich ( o tratado da União Européia) e aos ditames do capital internacional expressos através do FMI e o Banco Mundial. Defendemos os direitos dos trabalhadores contra as tentativas de flexibilização dos contratos de trabalho e de liquidação de direitos sociais. Ao contrário das centrais tradicionais que abriram mão de defender conquistas que custaram décadas de luta e que com essa conivência estão se perdendo em poucos anos.


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 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge