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Entrevistas
Giovanni Alves “O cinema é a única arte capaz de nos envolver de forma radical, tocar, inclusive, no núcleo humano.”

Por Marcela Figueiredo

piratiningaBoletimNPC- Como funciona o projeto Tela Crítica?

Giovanni  Alves- Funciona através de dinâmicas anuais. Este ano, por exemplo, nós escolhemos três filmes para discutir trabalho e capitalismo no século XX. Nós exibimos o filme e depois fazemos várias sessões de análise do filme lidando com conceitos do marxismo para explicar, fazer as pessoas compreenderem aquela problemática que os filmes indicam.

BoletimNPC- Tela Crítica surgiu através de um projeto de extensão universitária. Como é a participação dos alunos?

Giovanni Alves- Os alunos se inscrevem no projeto e participam dessas atividades. Atualmente, nós temos atividades presenciais em Marília (SP) e atividades virtuais. Através da Internet, nós temos dinâmicas de análise do filme.

BoletimNPC- Por que você escolheu o cinema pra fazer esse tipo de análise marxista?

Giovanni  Alves- Por que o cinema é a sétima arte, ou seja, ele é a arte das artes. O cinema é a única arte capaz de nos envolver de forma radical, tocar, inclusive, no núcleo humano. É claro que você pode desenvolver essa mesma metodologia com literatura, com pintura, arquitetura, mas o cinema tem a capacidade de  envolvimento maior da subjetividade humana. E é por isso que é importante para a atividade de formação.

BoletimNPC- Na sua opinião qual o melhor filme pra fazer a análise do capital?

Giovanni  Alves - São vários filmes. Você pode ter vários aspectos de crítica do capital. Por exemplo, é muito fácil pegar Tempos Modernos e fazer uma análise crítica do capital. Agora, o desafio é o seguinte: eu convido as pessoas a conhecerem nossa análise crítica do Beleza Americana para vocês verem como até um  filme como esse pode dar muitos elementos para fazermos análise crítica do capital. Não apenas do trabalho, mas da sociabilidade, do cotidiano, do consumo, da psicologia. São vários os aspectos. O capital é um sistema sócio-metabólico.

Eu parto do principio que todo filme é passível de uma análise crítica. Inclusive no “site” tem uma análise que eu fiz de o Exterminador do Futuro, uma análise marxista desse filme. Todo filme sugere algum elemento para reflexão. Cabe às pessoas tera capacidade de  trabalhar isso. Não adianta só assistir, tem que ter um facilitador, alguém que dê a indicação daquele processo de aprendizagem. O conhecimento não vem por osmose. Pra se produzir conhecimento tem que se fazer um esforço, mental e intelectual, estudo, pesquisa. É por isso que é fundamental que o mundo do trabalho se una com o mundo da cultural. Isso é fundamental. Eu diria que nós não podemos desprezar o papel da cultura, mas a cultura no sentido iintelectual.

BoletimNPC- Quais são as conquistas já alcançadas?

Giovanni  Alves - Pra mim, sinceramente, seriam os resultados. Tem um livro, sete CD-ROM, vários locais que as pessoas, através do filme, estão conhecendo a capacidade do marxismo de interpretar a realidade, que é uma capacidade fabulosa, porque todo o instrumental analítico é marxista. E eu diria que depois de você assistir ao filme e ver uma análise do Beleza Americana vocês verão como o marxismo consegue tirar muita coisa daquele filme. São mais de 70 slides analisando cada detalhe do filme, cada relação entre os personagens, cada relação que constitui a narrativa.

BoletimNPC- Quando assiste ao filme o que tem que ser observado?

Giovanni  Alves - Eu sugiro que entre no “site”. Lá tem toda a metodologia e tem todos os passos explicando como se deve, trabalhar, utilizar, como se deve fazer a análise crítica de um filme. Tem um método. Não é meramente exibir um filme e conversar.

BoletimNPC- Como você analisa os trabalhos videográficos dos movimentos sociais?

Giovanni  Alves - Eu não conheço todos, mas estou feliz em ver que existe muita coisa feita. Isso já é uma qualidade. Está se produzindo muita coisa, até porque é fácil hoje. Qualquer um compra uma filmadora e com a câmera na mão pode-se estar fazendo muita coisa, a questão é a gente utilizar isso como elemento de uma reflexão crítica.

BoletimNPC- Para produzir um vídeo, quais os principais itens que  se precisa levar em consideração?

Giovanni  Alves -Tem que ter o domínio da técnica, e possuir os elementos técnicos. Tem que estudar, fazer uma oficina para dominar os recursos técnicos. Não é meramente utilizar a gravadora. Uma outra questão é o tema. Nós incentivamos a produção de vídeos relacionados ao mundo do trabalho porque o mundo do trabalho está invisível.

BoletimNPC- Existe a necessidade de usar a mesma técnica que a “Indústria Cultural” usa?

Giovanni  Alves - Eu diria que nós teríamos que dominar a técnica. Agora, chegar ao nível de sofisticação deles talvez não precise. A sofisticação que Hollywood utiliza é muito mais pra entreter que para refletir, mas temos que ter alguma sofisticação. No mínimo, no que diz respeito a técnica pra saber montar, editar, colocar a trilha musical. Isso qualquer cineasta que domine a técnica pode estar trabalhando em nosso favor. Seria a técnica a serviço da formação política, social. Essa aliança seria fundamental, entre a ciência e o movimento social. No dia que isso ocorrer, a esquerda vai dar um salto de qualidade na sua intervenção. Enquanto não ocorrer nós vamos somente ficar lamentando.

 


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 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge