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Memria - Outras Memrias
Morre Ariston Lucena, corajoso preso político trocado pelo cônsul japonês

[Publicado em 27.05.2013 - Blog do Laque]

Ariston Lucena morreu sábado no anonimato perante a grande imprensa e os livros de História.Tremenda injustiça. Ariston se envolveu na luta contra a ditadura militar ainda menor de idade. Companheiro de guerrilha do lendário Capitão Carlos Lamarca, aos 19 anos ele escapou, com mais seis combatentes, dum cerco de 5 mil soldados montado no Vale do Ribeira, em São Paulo, que durou quarenta dias.


Preso e torturado barbaramente pela equipe do Coronel Erasmo Dias, Ariston acabou condenado a morte, pena comutada depois a prisão perpétua. Ele cumpriu dez anos de reclusão até ser solto por força da anistia.

Ariston Oliveira Lucena era filho de uma família de guerreiros. Seus pais  - Raimundo Lucena e Damaris Lucena - foram militantes da Vanguarda Popular Revolucionária.

Embora analfabeto, Raimundo era conhecido como Doutor por sua inteligência e perspicácia. Foi assassinado em 1970, na cidade de Atibaia, com um tiro na cabeça na frente da mulher e de três filhos.

A mãe, Damaris, foi presa e torturada. Saiu da cadeia na troca pelo cônsul japonês. Morou em Cuba por vários anos e manteve até o fim uma fé inabalável no socialismo.

Ariston morreu do coração aos 62 anos.

Muito provavelmente, quando a poeira dos Anos de Chumbo assentar e nossos heróis de verdade forem reconhecido pelo povo, Ariston virará nome de rua, estátua numa praça, ou feriado.

Hoje, porém, poucos brasileiros sabem quem ele foi ou conhecem os detalhes deste que foi o período mais conturbado da nossa história.




        
De pé, a partir da esquerda Ariston Oliveira Lucena, Gilberto Luciano Belloque,
Paulo Vanucchi, José Genoíno Neto e Manoel Cyrillo.
Sentados: Ozeas Duarte, Aton Fon Filho, Reinaldo Morano Filho, Celso Antunes Orta e Hamilton Pereira


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 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge