[Publicado em 22/05/2013 - Por Mônica Ribeiro e Ribeiro - Jornal GGN] O grupo brasileiro Mães de Maio vai se reunir com as Abuelas de Plaza de Mayo (Avós da Praça de Maio), da Argentina, na próxima terça-feira (28). O encontro ocorrerá às 20h na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), no campus que fica na rua Botucatu, 862, na Vila Clementino, zona sul da capital.
O grupo brasileiro Mães de Maio vai se reunir com as Abuelas de Plaza de Mayo (Avós da Praça de Maio), da Argentina, na próxima terça-feira (28). O encontro ocorrerá às 20h na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), no campus que fica na rua Botucatu, 862, na Vila Clementino, zona sul da capital.
O debate Do luto à luta: Abuelas de Plaza de Mayo e Mães de Maio pelo direito à verdade terá a presença de Débora Maria da Silva, coordenadora do Movimento Mães de Maio, Estela de Carlotto, fundadora da Associación Abuelas de Plaza de Mayo (Associação das Avós de Maio), e Alípio Freire, do Núcleo Memória Política de São Paulo.
Mães argentinas eram assassinadas e jogadas em rio durante a ditadura
O grupo brasileiro é composto por mães das vítimas de extermínio policial durante os ataques de maio de 2006 em todo o estado de São Paulo. Na ocasião, líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa que age de dentro dos presídios paulistas, orquestraram ataques contra bases da Polícia Militar. No revide da corporação, mais de 500 pessoas morreram.
Já as argentinas são conhecidas por buscarem informações sobre os netos desaparecidos durante a ditadura militar em seu país, que ocorreu de 1976 a 1983. A organização das mães dos mortos e desaparecidos políticos fez um cadastro com todos os casais envolvidos na oposição ao regime, o período de gestação das mulheres e o ano aproximado de nascimento do bebê.
De acordo com Débora Maria, que representa a entidade brasileira, mais do que a semelhança com o nome, os dois grupos lutam para esclarecer crimes provocados sob a tutela do Estado.
“A história dos Crimes de Maio está mal contada. Nós temos desaparecidos, assim como as Avós. Aqui no Brasil, nós ainda estamos com uma ditadura continuada. Este é o contexto. Os Crimes de Maio também são de caráter político. O braço armado do Estado não tinha controle da situação (crime organizado) e resolveu fazer retaliações nas periferias”.
Débora adiantou ao jornal GGN que, em julho, o grupo irá lançar os livros Mães de Maio, mães do cárcere – A periferia grita, e Mãe de Maio: Do Luto à Luta, traduzidos para o espanhol, na Argentina e no Uruguai.
Programação
De acordo com a assessoria de imprensa na Unifesp, haverá uma série de atividades antes do debate entre as Mães e as Avós de Maio. Confira a programação abaixo:
16h30: projeção do filme "Verdades Verdaderas", que conta a história de Estela de Carlotto, das Abuelas, e do documentário "Mães de Maio contra o Estado Genocida",
19h00: Cenas da peça "Morro como um país", da Kiwi Cia de Teatro.
19h30: Coral cênico da Unifesp / Regência Maestro Carlos Eduardo Almeida
19h45: Leitura dramática: "Metamorfose de mãe", por Cia do Caminho Velho/Unifesp-Guarulhos
19h50: Abertura do Debate: Profa. Soraya Smaili (Reitora da Unifesp) e Profa. Dra. Florianita Braga Campos (Pró-Reitora de Extensão)
20h00: Debate Do luto à luta: Abuelas de Plaza de Mayo e Mães de Maio pelo direito à verdade