Neste ano, as inscrições serão feitas totalmente online, pelo site do Prêmio. O regulamento e sugestões de tema para reportagens também estão disponíveis no www.premioabdiasnascimento.org.br.
“Com a terceira edição do Prêmio esperamos incentivar a pluralidade na imprensa brasileira por meio de matérias jornalísticas que contribuam para o combate ao racismo na sociedade”, destaca Sandra Martins, jornalista e coordenadora do Prêmio.
O lançamento do concurso ocorreu na manhã da última terça-feira (7 de maio), no auditório do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio, com um debate sobre a cobertura de políticas de ações afirmativas pela imprensa nacional (foto).
“Na revista Veja, por exemplo, 77% dos textos são contrários às ações afirmativas raciais (como as cotas)”, destaca o professor João Feres Júnior, coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa da Uerj. Ele coordenou pesquisa sobre conteúdo publicado a partir de 2001, na revista Veja e nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo.
A jornalista Luciana Barreto, da TV Brasil, vencedora do Prêmio Abdias em 2012 na categoria Televisão com o trabalho Negros no Brasil – Brilho e Invisibilidade, lembrou do racismo nas redações, na definição de pautas e na contratação de profissionais.
“Fazer jornalismo hoje e pensar na questão do negro é lutar contra todas as forças contrárias. É escutar: “Você não vai alisar o seu cabelo?”, destaca Luciana.
O cineasta Joel Zito Araújo também participou do debate da terceira edição do Prêmio Abdias. Ele lança, em maio, o filme Raça, com a história de personagens negros brasileiros.
Para Bruno Cruz, diretor do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio que participou da mesa de abertura do evento, a falta de profissionais negros nas redações e de reportagens relativas à temática racial no País é uma consequência do racismo: “A ausência de pautas sobre o combate à discriminação no Brasil é mais um crime contra os negros.”
O Prêmio de Jornalismo Abdias Nascimento, realizado pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Rio (Cojira-Rio), conta com apoio das Cojiras de Alagoas, do Distrito Federal, de São Paulo e da Paraíba, além do Núcleo de Jornalistas Afro-Brasileiros e da Diretoria de Relações de Gênero e Promoção da Igualdade Racial dos Sindicatos do Rio Grande do Sul e da Bahia. As entidades integram a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Étnico-racial (Conajira), da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj).
O Prêmio tem o patrocínio da Fundação Ford e da Oi. E conta com o apoio da Fundação W. K. Kellogg e da Fundação Palmares e do Fundo Baobá.