Pol�tica
E Viva Pyongyang!
[Publicado em 16.04.2013 - por Alipio Freire]
Enfim, alguém paga pra ver,
frente às ameaças da Casa Branca.
É insuportavelmente cínica a
postura de Washington: não abre mão de “aperfeiçoar” seu arsenal nuclear e, ao
mesmo tempo, tenta impor limites aos países que desenvolvem programas atômicos.
Cansativa também, a arenga de
pacifistas de ocasião que, a qualquer rosnar dos EUA (e apenas nesses
momentos), empunham a bandeira da não proliferação das armas nucleares –
palavra de ordem sempre dirigida contra os inimigos das elites estadunidenses.
A chantagem atômica se firmou
desde agosto de 1945, com o maior e mais hediondo crime da Segunda Guerra:
Hiroshima e Nagasaki. A guerra contra o Japão estava ganha desde julho. As
bombas de agosto foram um recado para todos os povos do Mundo: surgia um novo
Império, que não admitiria ser contrariado em seus objetivos de dominar o
Planeta. Usaria o terror sempre que quisesse e considerasse necessário. A bomba
atômica soviética de 1949 (29.08), não somente criou um freio para o terror
semeado pelos EUA, como também foi fator fundamental para a vitória dos
comunistas na China (1º.10.1949) .
Lembramos ainda: nos anos
1950 os EUA não ocuparam toda a Península Coreana, graças à ação militar da
então jovem República Popular da China (com o apoio do Kremlin) que fez as
tropas estadunidenses recuarem até o paralelo que define hoje a fronteira entre
as duas Coreias.
Além de possuir armas
nucleares, diferentemente de Teerã, Pyongyang não tem Jerusalém no seu calcanhar
e, sua fronteira Norte é com a China que, mesmo fazendo advertências a
Pyongyang, não é suicida para permitir mais um governo títere dos EUA em suas
barbas. Impossível não enxergar o papel estratégico do país, tanto do ponto de
vista da Casa Branca, quanto da Praça da Paz Celestial.
O presidente Kim Jong-un não
está blefando. Mais que ninguém, ele conhece os trunfos de que dispõe. O
presidente Kim Jong-un não está ameaçando a paz mundial. Ele está defendendo a
integridade territorial e a soberania do seu país – como cabe a um estadista.
Não é impossível – e sequer
improvável – que a atual crise se resolva a seu favor. No entanto, nestes
confins do Ocidente, só saberemos o que realmente aconteceu, daqui a algumas
décadas, como aconteceu com a crise dos mísseis soviéticos em Cuba (1962). O
preço da retirada dos mísseis de Moscou do território cubano, foi a retirada de
mísseis de potências capitalistas do território turco. Aliás, em termos
estratégicos, a Turquia estava para a então União Soviética, do mesmo modo que
Pyongyang está para Pequim.
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