Cidades
CURSO DE COMUNICAÇÃO POPULAR DO NPC entra em etapa AVANÇADA
Neste ano, o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) promove pela primeira vez uma etapa avançada do seu Curso de Comunicação Popular, com duração de quatro meses. A alunos que já participaram de edições anteriores do curso, serão oferecidas aulas práticas sobre diversos assuntos. Além dessa etapa técnica, estão previstas importantes aulas teóricas. A primeira delas foi realizada no último sábado, dia 9 de março, no auditório do Sindicato dos Engenheiros do Rio (Senge-Rio). O tema geral foi RIO DE JANEIRO. Para falar sobre o assunto, foram convidados o professor Andrelino Campos, autor do livro Do quilombo às favelas; a arquiteta Fátima Tardin, que oferece apoio técnico para as comunidades que resistem às remoções; e os militantes André “Che Guevara”, da Babilônia, e Fernando Soares, de Manguinhos.
Durante a aula, foram debatidos diversos assuntos, como a orientação da política para o privilégio da classe dominante, enquanto os moradores de favelas e periferia continuam tendo seu direito desrespeitado. Um exemplo citado por Andrelino Campos e pelo militante André foi a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em diversas favelas da cidade. Celebradas como carro-chefe da propaganda do Estado do Rio, as UPPs servem a uma “política de cidade, e não de segurança” e “uma resposta à necessidade do mercado imobiliário”. A violação de direitos por parte do Estado é comum devido ao estigma criado em relação a certas áreas. “Morador de favela, por exemplo, virou sinônimo de criminoso no imaginário carioca. Nesses locais o Estado pode chegar invadindo”, lembrou Andrelino Campos.
Outro exemplo de violação bastante citado é o das remoções forçadas justificadas pelos megaeventos na cidade. “Nenhuma dessas remoções em curso está sendo feita por motivo técnico ou porque não havia solução. É só de interesse do capital! Os megaeventos só são uma desculpa para tirar pobre de áreas que estão sendo valorizadas”, afirmou a arquiteta Fátima Tardin, para quem o Estado só tem legitimado os interesses do mercado.
"Ficar calado, em silêncio, já é um movimento de legitimação da história contada pelo outro. Temos que contar a nossa versão", deu a dica o professor Andrelino Campos para os comunicadores populares. E André reforçou: “A resistência tem que ser contínua e permanente, porque o sistema tem uma grande e poderosa engrenagem”.
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