ltimas Notcias
Câmara Municipal do Rio aprova tombamento de escola mas faltou quorum para tombar Aldeia Maracanã
Publicado em 19.12.12 - por Fátima Lacerda/ APN
Comunidade indígena
convoca a todos para lotarem as galerias da Câmara na quinta (20), às 14h,
quando o projeto poderá voltar ao plenário.
Samuel Tosta/APN
A
Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou na terça-feira (18.12), por 26 a favor e nenhum
contrário, alcançando o quorum mínimo, o tombamento da Escola Municipal
Friedebreich, que faz parte do Complexo do Maracanã. Mas faltou quorum para
aprovar o tombamento do antigo Museu do Índio. O projeto pelo tombamento do
prédio, construído no século XIX , obteve 22 votos. A
matéria deverá ser retomada na quinta-feira (20), último dia de funcionamento
da Câmara, antes do recesso de Natal. A comunidade indígena e os aguerridos
apoiadores da causa prometem lotar as galerias e convidam a todos os
simpatizantes para comparecerem à sessão, a partir das 14 horas.
Nas
galerias, a torcida era pela cultura e a educação, mas a comemoração, por
enquanto, ficou pela metade. A luta é pela preservação da escola e do museu.
Cultura e educação não podem ser demolidas, para dar passagem à especulação
imobiliária. O projeto 1536/12, que propõe o tombamento do antigo museu, uma
bela construção com valor arquitetônico, é de autoria dos vereadores Reimont
(PT), Eliomar Coelho (PSOL) e Brizola Neto (PDT).
Apesar
da falta de quórum, a esperança de reverter essa indiferença pela valorização
das nossas raízes e da identidade nacional ainda se mantém de pé. Mas
sensibilizar os vereadores vai depender de muita mobilização e da presença nas
galerias da Câmara na próxima quinta-feira. Nesta terça (18), depois de votar
os temas que lhes interessavam, a maior parte preferiu não se comprometer e se
retirou do plenário.
Entenda porque é importante preservar a Aldeia Maracanã A
comunidade indígena considera importante o tombamento, por vários aspectos. O
imponente prédio da Aldeia Maracanã foi o primeiro museu do índio construído no
Brasil. Naquele casarão chegou o morar o Marechal Cândido Rondon, que se
revoltou contra o massacre dos Bororo, no século passado, e se tornaria um dos
mais ardorosos defensores dos nossos índios.
Em 1939, Rondon presidiu o
Conselho Nacional de Proteção ao Índio. Em 1952, Rondon apresentou ao
Presidente Getúlio Vargas o projeto de criação do Parque do Xingu e testemunhou
a criação, sob sua inspiração direta, do Museu do Índio – hoje Aldeia Maracanã-
destinado a coletar material sobre as culturas indígenas, produzir conhecimento
e repassá-lo à sociedade brasileira como forma de combater os preconceitos
existentes contra os indígenas. Darcy Ribeiro foi o primeiro diretor do museu.
Desde que o museu foi
desativado no Maracanã, índios de várias etnias passaram a ocupá-lo,
simbolicamente, para reavivar os objetivos que inspiraram a sua criação. Os
nossos índios têm sido extremamente perseguido nos últimos anos, sobretudo na
região do agronegócio e nunca precisaram tanto dar visibilidade para a sua
arte, a sua importante contribuição cultural e para um saber ainda desconhecido
da dita civilização branca, mas valioso demais para ser pisoteado por tratores
e retroescavadeiras.
Nos últimos dias, em nome da prefeitura
árvores têm sido arrancadas, paredes derrubadas. Prédios ameaçados no Complexo
do Maracanã: mas, depois que a Copa do Mundo passar, o que vai sobrar? Vale a
pena destruir as raízes do Brasil, em troca do enriquecimento de alguns
empreiteiros?
Quem apoia a valorização da
nossa cultura e identidade está convidado: dia 20, às 14h, vamos lotar as
galerias da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e aplaudir o tombamento do
belo prédio da Aldeia Maracanã!
Fonte: Agência
Petroleira de Notícias (Por Fatima Lacerda
Núcleo
Piratininga
de Comunicação
—
Voltar —
Topo
—
Imprimir
|