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M�dia
Os 50 tons do Mensalão

Publicado em 12.12.12 - por Vito Giannotti


Neste ano de 2012 está na moda aparecer livros sobre Os cinquenta tons disso ou daquilo. Para nós, da esquerda brasileira, falta um livro sério sobre As 50 lições do Mensalão. Com certeza há umas 50 lições políticas a tirar deste show televisivo que foi essa história toda. Lições que começam com o próprio nome. Existiu ou foi “só” um acerto de campanha? E foi mesmo o “maior escândalo de corrupção de todos os tempos” - como o bloco da direita histórica gosta de chamar este fato?
 
Mas as lições que podemos tirar destas perguntas são as mais simples. As cabeludas são outras. Como a esquerda chegou ao ponto de aparecer na parada dos sucessos através de um noticiário policial de crimes, verdadeiros ou supostos? Como um partido, que nos anos 80 se apresentava como símbolo da nova política, em 2012,chegou a ser apresentado como o símbolo do “são todos iguais”?  Quando, como e por que esta história começou?
 
Cada resposta a estas perguntas traz uma ou várias lições. Mas há uma pergunta que todos os que refletem sobre as lições da esquerda brasileira de 2012 não podem deixar de fazer. Por que nós, esquerda, desde o fim da Ditadura no começo dos anos 80 não criamos nossa mídia contra-hegemônica? Uma mídia para falar de nossa visão de mundo, de nossos valores. Hoje até os postes veem a força da nova direita organizada no Instituto Milenium, que cumpre o papel de “comitê central” da mídia, verdadeiro partido da direita.
 
Sim, está claro para muitos que a mídia deles mente, inventa, esconde e domina o cenário todo. Mas, por que em 30 anos, nem um partido nascido das lutas operárias e populares, nem a maior central sindical que o país já teve, nem outros partidos da esquerda mais tradicional , nem outros de uma esquerda mais radical, criou a nossa mídia - uma mídia capaz de enfrentar e derrotar o verdadeiro “partido do capital”?  Quem nos proibiu? Falta de gente? Falta de dinheiro? Leis que atrapalham? Haveria gente e dinheiro de sobra. E leis, se mudam com gente nas ruas e praças! E então?
 
 
Chorar agora é tarde
 
Dias atrás escrevi no Brasil de Fato: “ Muitos, nesses dias de mensalão,  CPI da Pizza à la Cachoeira e Operação Porto-Seguro, estão assustados com o ataque que a direita, através do seu verdadeiro partido, está fazendo à toda a esquerda. A desmoralização da política, da ideia de partido, de qualquer proposta que se referencie pelo socialismo está deixando muita gente tremendamente pensativa. Queríamos o quê? Sem fornecer aos  trabalhadores  informações através de jornais, rádio e televisão que tratem dos interesses da maioria, como esperar que pensem diferente da Globo e da mídia que está nas mãos de quem detém o poder econômico? O primeiro passo é ver como e quando vamos fazer nossa mídia.”
 
 
Lição nº 1: a esquerda ter sua mídia
 
Há, no amplo leque da esquerda, avaliações totalmente diferentes deste tal mensalão. Para uns não existiu, é só invenção da direita. Outros o admitem e condenam ferozmente. Outros repetem: “Não te disse? Viu que tínhamos razão?” Outros coçam a cabeça até esfolar.
 
Uma coisa salta aos olhos de todos, independente da reflexão que cada um faça. E, escrevi no mesmo artigo do Brasil de Fato de 6/12, a lição chave dos “50 tons do mensalão”: “na esquerda precisamos criar a nossa mídia, a dos trabalhadores, que apresente, defenda e divulgue um projeto socialista para o século XXI. Criar jornais diários e exigir novas leis que permitam a sustentação de uma mídia democrática que acabe com o monopólio que hoje está nas mãos de meia dúzia de barões da mídia. Sem isso, vamos ficar eternamente chorando pelos cantos dizendo que a mídia manipulou, omitiu, mentiu. Vamos continuar xingando a grande mídia e, contraditoriamente, mendigando uma coluninha na Folha de S. Paulo, ou nas tais páginas amarelas, ou um sorrisinho no JN.”
 
Mas para se chegar a  isso é preciso enfrentar o imensíssimo poder da Globo, Record, Bandeirantes, Abril e todos os outros grupos, coordenados pelo Instituto Milenium, que hoje gozam das chamadas concessões públicas que são enormes sesmarias. São verdadeiros latifúndios do ar. Cadê a “Reforma agrária do ar”? 


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 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge