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Jornalistas do Jornal da Tarde entram em estado de greve em S. Paulo
Publicado em 25.10.12 - Por Deborah Moreira, do Portal Vermelho Jornalistas, fotógrafos e diagramadores do Jornal da Tarde, do
Grupo Estado, decretaram estado de greve durante assembleia realizada
na tarde de terça-feira (23), na porta da empresa. Para assegurar o
emprego da equipe, os cerca de 40 trabalhadores exigem explicações do
grupo sobre rumores de que o impresso vai fechar no dia 2 de novembro.
A informação circula desde o dia 10 de outubro, pelo menos, quando
leitores entraram em contato com a redação para pedir explicações sobre o
porquê do fechamento do veículo, informado pelo setor de assinaturas do
jornal. Outro indício do fim da publicação foi o vazamento de um email
com um cronograma preparatório para o fechamento, incluindo datas para
encerramento da publicidade, entre outros pontos. Antes disso, o Grupo
Estado já havia anunciado que pretendia fazer uma reformulação editorial
e gráfica.
Surpresos, os trabalhadores questionaram a direção do grupo que foi
reticente, negando o fechamento, porém, sem dizer o porquê dos rumores,
afirmando que há um estudo em curso sobre o futuro do JT.
Diante da falta de resposta da direção do Grupo Estado, os
jornalistas procuraram o sindicato da categoria que enviou um ofício
entregue na semana passada à empresa. O documento pedia a imediata
abertura de negociações sobre a situação dos profissionais.
O sindicato reuniu-se com dirigentes do Grupo Estado e entregou-lhes
um ofício, com três solicitações, pedindo uma resposta em até três dias
úteis. Foram elas: assinar um termo de compromisso garantindo que a
circulação do Jornal da Tarde seria assegurada até o final do ano;
comprometer-se a, caso decida fechar qualquer de suas publicações,
avisar o Sindicato dos Jornalistas (os trabalhadores) com, no mínimo, um
mês de antecedência; e abrir imediatamente negociações sobre a situação
do jornal.
Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José
Augusto Camargo, o Guto, a empresa alega informalmente de que nenhuma
decisão ainda foi tomada sobre o futuro do JT: “Recebemos um telefonema,
algo totalmente informal, dizendo que a empresa ainda estava estudando a
situação e que o jornal não tem definição. Como não há uma resposta
formal os jornalistas decidiram o estado de greve. Depois de 48 horas,
poderão deflagrar a greve a qualquer momento”.
Guto ressalta que o objetivo da pressão é assegurar ampla negociação
para reduzir os prejuízos dos trabalhadores, caso o jornal efetivamente
não circule mais.
“A negociação é praxe no meio sindical, em outros setores. Os
jornalistas reivindicam o direito à negociação. É preciso lembrar a
dedicação destes profissionais, em alguns casos por muitos anos, o que
vem garantindo a excelência e o sucesso do jornal junto a seu público. É
inadmissível que a empresa trate o assunto dessa forma, de maneira
reticente”, completou o presidente do sindicato.
Criado em 1966, dois anos após o início da Ditadura Militar, o Jornal
da Tarde é vendido por R$ 1,50 e entre seus cadernos destaca-se o
‘Jornal do Carro’. Em julho deste ano, 22 profissionais da redação foram
demitidos. No mesmo mês, o fim da edição de domingo do jornal também
chegou a ser cogitado.
O Grupo será notificado do estado de greve ainda nesta quarta. Não
foi localizado nenhum representante da empresa para confirmar o
recebimento do mesmo. Diferente do que vinha ocorrendo, o setor de
assinaturas voltou a oferecer a assinatura do JT. O Vermelho entrou em
contato com o atendimento de assinatura e a atendente identificada como
Adriana ofereceu o plano semestral em seis vezes de R$ 42,90, e anual,
em seis vezes de R$ 82,40, além de quatro meses a mais como cortesia.
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Piratininga
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