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RS abrirá projeto do Conselho Estadual de Comunicação para consulta popular
Publicado em 8.8.12 - por Marco Aurélio Weissheimer / Portal Carta Maior
Foto: Caroline Bicocchi/Palácio Piratini
O governo do Estado vai abrir para consulta popular o
projeto de lei que cria o Conselho Estadual de Comunicação Social no Rio
Grande do Sul. Durante um mês, de 10 de agosto a 10 de setembro, a
população poderá opinar sobre o projeto, deixar críticas ou sugestões e
indicar entidades para participar do Conselho. Em entrevista coletiva a
blogueiros, o governador Tarso Genro anunciou que o projeto deverá ser
enviado à Assembleia Legislativa em outubro.
Porto Alegre - O governo do Estado
vai abrir para consulta popular o projeto de lei que cria o Conselho
Estadual de Comunicação Social (CECS) no Rio Grande do Sul. Durante um
mês, de 10 de agosto a 10 de setembro, a população poderá opinar sobre o
projeto e deixar críticas ou sugestões na página do Gabinete Digital.
A ideia é ampliar o máximo possível esse debate junto à sociedade. O
anúncio foi feito pelo governador Tarso Genro na manhã desta
sexta-feira, no Palácio Piratini, durante entrevista coletiva concedida a
blogueiros do Estado. Ao lado da secretária estadual de Comunicação e
Inclusão Digital, Vera Spolidoro, Tarso apresentou as linhas gerais do
projeto, que deverá ser encaminhado à Assembleia Legislativa em outubro,
e respondeu a perguntas dos blogueiros. “A meta é enviar em outubro.
Mas se a discussão esquentar, poderemos estender um pouco mais esse
prazo”, disse Tarso.
A proposta de criação de um Conselho
Estadual de Comunicação Social foi inicialmente debatida e aprovada no
pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que
recomendou a elaboração de um projeto de lei. A partir daí, a Câmara
Temática da Cultura e Comunicação do CDES instituiu um grupo de trabalho
que formulou o projeto de lei para a criação do Conselho, entregue ao
governador Tarso Genro no dia 9 de julho. “Tivemos o cuidado de fazer
esse debate no CDES para tirar qualquer dúvida a respeito de supostas
ameaças à liberdade de imprensa. Agora vamos colocar esse projeto em
discussão na sociedade. Queremos fazer um debate amplo e plural que
possa servir de exemplo e inspiração para o país. Queremos o máximo de
participação da sociedade civil antes de enviar o projeto à Assembleia
que, por sua vez, também fará esse debate”, assinalou Tarso.
Na
avaliação do governador gaúcho, o debate sobre a comunicação é um
ingrediente essencial hoje para fazer a democracia avançar. “As relações
dos governos com os meios de comunicação pecam hoje pela falta de
transparência. Queremos tornar essa relação transparente. A sociedade
precisa discutir também como é produzida hoje a opinião pública. As
nossas democracias, hoje, já não são tensionadas pelos clássicos golpes
militares, mas sim pela produção de opinião e pelos monopólios de
circulação da opinião. Esse é o debate central do projeto democrático:
como se forma a opinião pública livre? Um governo como o nosso não pode
evitar esse debate”.
A consulta popular que será aberta a partir
do dia 10 de setembro não receberá apenas opiniões sobre o projeto, mas
também sugestões de nomes de entidades da sociedade civil para compor o
Conselho de Comunicação. Segundo o texto do projeto aprovado no CDES,
participarão do conselho representantes do poder público, entidades de
classe dos profissionais da comunicação social, empresas de comunicação e
instituições representativas do setor, sociedade civil e movimentos
sociais, entidades ligadas à comunicação comunitária, representantes de
ensino e pesquisa da área da comunicação e dois conselheiros indicados
pelo pleno do Conselho de Comunicação Social.
O Conselho será um
órgão consultivo, de assessoramento e de aconselhamento do Poder
Executivo. Os conselheiros terão atuação voluntária e não remunerada. Os
quatro objetivos centrais do Conselho Estadual de Comunicação serão: a)
zelar pela observância do regime jurídico institucional referente à
comunicação social; b) promover a democratização da comunicação e a
plena liberdade de informação no Estado do Rio Grande do Sul; c)
contribuir para a definição da política de comunicação a ser
implementada pela administração estadual; e d) promover o debate
permanente na sociedade sobre os temas relacionados à comunicação
social.
A respeito da composição do Conselho, Tarso Genro defende
que o Estado deve ser minoria absoluta no mesmo. “Se for uma posição
majoritária da sociedade civil que o Estado não tenha poder de voto no
Conselho, também não vejo problema algum”, assegurou.
Questionado
sobre a posição e a participação das empresas de comunicação do Rio
Grande do Sul neste debate, Tarso disse que o debate com esse setor está
sendo “infinitamente superior aquele travado há algum tempo atrás na
esfera do governo federal. Não há até esse momento nenhuma posição
sectária de parte a parte. Há algumas contrariedades que partem de um
juízo equivocado sobre o papel do Conselho. Acredito que podemos avançar
nesse debate, sem sectarismos, e servir inclusive de exemplo para o
Brasil”, concluiu o governador gaúcho.
Núcleo
Piratininga
de Comunicação
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