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Manifestantes pedem “Candelária nunca mais” em missa e marcha no centro do Rio

Publicado em 27.7.12


Marcha "Candelária Nunca Mais"

Na manhã desta sexta-feira, 27 de julho, a Igreja da Candelária ficou lotada para a missa e o ato que lembraram os 19 anos da chacina ocorrida no local. Chamada de “Candelária Nunca Mais”, a manifestação contou com defensores dos direitos humanos e parentes de vítimas da violência praticada pelo Estado brasileiro. Além da dor estampada em cada rosto, eles mostraram que vão seguir lutando por justiça e para que outras tragédias como esta não voltem a acontecer.

Da igreja os manifestantes saíram em marcha até a Cinelândia, exibindo cartazes e faixas em defesa da paz e em repúdio à prática policial que permanece truculenta, principalmente contra pobres, negros e moradores de periferia. O retrato da execução de jovens no país também é assustador. Segundo o Mapa da Violência 2012, preparado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (CEBELA), de 1981 a 2010 mais de 176 mil crianças e adolescentes foram assassinados em nosso país.   


Familiares de vítimas da violência policial marcam presença


José Luis, pai de Maicon, uma criança de dois anos e meio morta por ação policial

José Luis da Silva foi um dos presentes na missa e na marcha da Candelária. Ele é pai de Maicon, uma criança que tinha apenas dois anos e meio quando foi assassinada, em 15 de abril de 1996, no Conjunto Amarelinho, em Acari, durante uma incursão policial. “O policial que matou meu filho hoje está aposentado. Na época ele registrou como auto de resistência, vê se pode? Um menino de dois anos. Impressionante como nada mudou. A violência continua e a justificativa para matar inocentes é a mesma”, disse o homem que está na luta desde que o filho morreu.
José Luis anunciou uma greve de fome para outubro, quando Maicon faria 19 anos. Ele disse que estará em frente ao Palácio da Guanabara, para tentar conseguir "pelo menos" uma pensão do Governo do Estado. “Vou tentar pelo menos isso, porque meu filho eles não têm como devolver”, disse emocionado.

Outro jovem morto por uma ação policial é Julio Cesar, um menino que tinha apenas 20 anos quando foi assassinado na Cidade Alta em 2010 por policiais militares. Ele trabalhava no Mc Donald’s, mas na noite do dia 18 de setembro estava de folga e preparava uma festa. Ele estava em uma praça perto de sua casa, quando ouviu tiros e tentou se esconder debaixo de um banco. Uma testemunha conta que os policiais o tiraram dali e o levaram para o “caveirão”. “Foi a última vez que o jovem foi visto com vida”, conta sua tia Ana Claudia, bastante emocionada. 


Jovem foi assassinado no Degase


Deize pede justiça no caso de seu filho, Andreu Luiz, torturado e morto no Degase

Além dos jovens mortos em favelas e periferias, Deize de Carvalho é testemunha da violência que ocorre diariamente nas instituições públicas. Seu filho, Andreu Luis Silva de Carvalho, foi assassinado em janeiro de 2008 no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), que fica na Ilha do Governador. “O Andreu já tinha passado por lá no ano anterior, e o jornal Extra publicou uma matéria dizendo que ele havia falado que o local parecia um Parque de Diversão. Desde então eles quiseram se vingar do meu filho. Depois que ele voltou, em menos de 24 horas foi torturado e morto pelos agentes que estavam lá”. Segundo Deise, a instituição alegou que ele havia caído de um muro, mas a exumação deixou claro que o jovem havia sido barbaramente torturado até ser morto. Dez adolescentes presenciaram o ocorrido e confirmaram que a morte ocorreu sob tortura. Em fevereiro ocorreu uma audiência sobre o caso com seis agentes acusados de matar Andreu, mas ela foi suspensa por haver contradições no depoimento da testemunha dos réus.

Além de lutar por justiça no caso de seu filho, Deize colabora nas denúncias de abusos e arbitrariedades cometidas por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora na comunidade do Cantagalo, onde mora.
Apesar de ameaçada, ela diz que não se sente intimidada, e vai continuar lutando para que outras mães não sintam a mesma dor de perder seus filhos. 


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 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge